O clima predominantemente favorável às lavouras de soja no Brasil levou a FCStone a revisar ligeiramente para cima ontem sua previsão para a produção da oleaginosa no país na atual safra 2014/15. Por outro lado, a consultoria diminuiu a estimativa para a colheita de milho na segunda safra (a "safrinha") do país.
A expectativa da FCStone é de uma produção de 93,52 milhões de toneladas de soja, 0,44% à frente das 93,11 milhões projetadas em dezembro. Se confirmado, o volume será 7% superior às 87,51 milhões de 2013/14 e um novo recorde. "Alguns percalços climáticos atrasaram o plantio em boa parte do país, mas nos últimos meses as chuvas têm sido muito benéficas para as lavouras", disse a FCStone, no relatório. A perspectiva de área foi mantida em 31,45 milhões de hectares, enquanto a projeção de produtividade foi revista de 2,96 toneladas para 2,97 toneladas (49,3 para 49,5 sacas) por hectare.
A colheita das lavouras precoces (plantadas mais cedo) já teve início em parte das regiões produtoras. Entretanto, a consultoria ressaltou que muitas ainda estão em enchimento de grãos, período crucial do desenvolvimento, quando as chuvas ainda são necessárias para determinar a produtividade. "As previsões indicam que as precipitações podem ser mais escassas na maior parte do país durante as próximas semanas, o que levanta dúvidas sobre a manutenção do potencial produtivo", ponderou.
A FCStone prevê ainda exportações de 47,80 milhões de toneladas de soja em grão no ciclo 2014/15, aquém das 49,64 milhões estimadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O esmagamento doméstico deve ficar em 40 milhões de toneladas, à frente das 37,65 milhões de toneladas da temporada passada, nas contas da consultoria.
Também ontem, a Abiove, associação que representa a indústria processadora de soja no país, divulgou que o Brasil exportou 45,69 milhões de toneladas de soja em grão em 2014, o que trouxe uma receita de US$ 23,27 bilhões (ver gráfico acima). Em relação ao ano anterior, houve incrementos de 6,7% e 2%, respectivamente. Os números estão baseados em levantamento da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/MDIC).
Já as exportações de farelo de soja somaram 13,71 milhões de toneladas no ano passado, 2,8% mais que em 2013, conforme a Abiove. Em receita, as vendas do produto passaram de US$ 6,78 bilhões a US$ 7 bilhões, na mesma comparação. As vendas externas de óleo de soja, por outro lado, apresentaram ligeiro recuo, de 1,36 milhão para 1,30 milhão de toneladas, enquanto a receita caiu de US$ 1,36 bilhão para US$ 1,13 bilhão.
No caso do milho, as estimativas da FCStone para a primeira safra (de verão) no país permaneceram em 29,99 milhões de toneladas, volume 5% inferior às 31,62 milhões de toneladas de 2013/14. Já para a segunda safra (a "safrinha"), a consultoria reduziu a projeção para 43,76 milhões de toneladas, abaixo das 44,28 milhões apontadas em dezembro e das 46,47 milhões da temporada passada. O motivo é uma diminuição na expectativa de área plantada com o grão, dos 8,64 milhões de hectares apontados em dezembro de 2014 para 8,55 milhões de hectares este mês.
As exportações brasileiras de milho devem totalizar 19 milhões de toneladas em 2014/15, um pouco abaixo das 19,5 milhões do ciclo anterior, nos cálculos da consultoria.
(Fonte: Valor Econômico//Mariana Caetano | De São PauloColaborou Fernanda Pressinott)
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