Com a forte retração na economia mundial causada pela pandemia da Covid-19, o consumo mundial de petróleo vai levar quatro anos para voltar ao patamar de 100 milhões de barris por dia, que era antes do início da pandemia. A estimativa é de um estudo inédito da consultoria PWC Brasil.
E a redução dos investimentos pelas petroleiras para aumentar as reservas mundiais e elevar a produção, por conta da queda dos preços da commodity levará o mundo a utilizar os estoques de petróleo, atualmente armazenados. Recentemente, a Petrobras disse que consegue sobreviver com petróleo a US$ 25.
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- Todas as empresas estão protegendo seu caixa para sobreviver à crise. Há uma redução da demanda de energia e o preço do petróleo tem previsão de se estabilizar em patamares mais baixos. Então, é natural se imaginar que o ritmo do volume de investimentos (das petroleiras) será inferior ao que seria se não tivéssemos tido essa crise – destacou Jaime Andrade da PWC Brasil.
Mas, com a expectativa de aumento do consumo do petróleo em alguns anos e menor oferta, de acordo com a consultoria, os preços do petróleo vão subir entre 2024 e 2030, juntamente com a demanda, para 105 milhões de barris por dia, à medida que consumidores, empresas e países busquem o menor custo de energia. “Olhando para o futuro contrato de janeiro de 2024 para o WTI, a perspectiva é de US$ 53,98, o que é um valor interessante”, destaca a consultoria.
O petróleo, de acordo com especialistas, vem enfrentando uma de suas maiores crises devido à queda da demanda, por conta do isolamento social que a maioria dos países adotaram para combater a disseminação do novo coronavírus. O estudo "O futuro da indústria" da PWC avalia que o choque da demanda de energia neste ano é o maior em 70 anos. Ao mesmo tempo, a demanda global de energia deverá cair 6% este ano, sete vezes mais do que na crise financeira de 2009.
A crise do coronavírus também terá um forte impacto nos investimentos em energia, que só em 2020 deve ter uma retração da ordem de 20%. Ao mesmo tempo, segundo o estudo da PWC, haverá uma natural desaceleração no ritmo do investimento em fontes alternativas de energia em comparação ao nível de expansão que era esperado antes da pandemia.
Mas a PWC avalia que cada país vai reagir de forma diferente. A Europa será mais ativa e permanecerá com metas pré-Covid-19, os EUA precisarão se concentrar no financiamento de seus orçamentos futuros.
- Ao mesmo tempo que as grandes petroleiras têm compromisso para redução da emissão de carbono, elas precisam em um primeiro momento preservar o caixa para enfrentar essa crise, com muitas incertezas nos próximos anos em relação ao nível de demanda – explicou Andrade.
Fonte: O Globo