A Coreia do Sul informou nesta quarta-feira (9) que buscará isenções dos Estados Unidos para comprar petróleo iraniano, um caminho que muitos grandes consumidores devem seguir na esteira de novas sanções dos EUA contra Teerã que podem apertar os mercados mundiais da commodity e aumentar os preços.
O Irã é o terceiro maior produtor de petróleo da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e um dos principais fornecedores, especialmente para as refinarias na Ásia.
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Os Estados Unidos planejam impor novas sanções unilaterais depois de abandonar um acordo firmado no final de 2015 que limitou as ambições nucleares do Irã em troca da remoção das sanções conjuntas pelos EUA e pela Europa, que incluíam rigorosas restrições às exportações de petróleo.
As novas sanções dos Estados Unidos incluirão medidas destinadas a seus setores de petróleo e transporte marítimo, com um período de suspensão de seis meses "para permitir que as empresas terminem contratos, encerrem negócios e obtenham seu dinheiro", segundo o Departamento de Estado dos EUA.
"O presidente Trump está claramente articulando que ele tem um desejo mínimo em um acordo alternativo com o Irã", disse Ehsan Khoman, chefe de pesquisa para o Oriente Médio e Norte da África do Mitsubishi UFJ Financial Group.
A demanda por petróleo está forte com uma economia mundial em alta O consumo mundial de petróleo cru deve exceder os 100 milhões de barris diários pela primeira vez Boa parte do dinheiro investido em petróleo vem de investidores de prazo mais longo tentando operar com ativos de Os fundos de hedge e outros especuladores se viram atraídos ao petróleo neste ano Os estoques de petróleo cru acumulado durante o período de produção superior à demanda, em 2014-2016, já foram praticamente eliminados A Opep e a Rússia chegaram a firma um programa de redução da oferta que tirou do mercado ao menos 1,8 milhão de barris de petróleo ao dia do começo de 2017 para cá Até Khalid al-Falih, o ministro da energia saudita, já falou sobre a necessidade de estimular maior investimento em novas fontes de produção Mas a Arábia Saudita se prepara para abrir o capital da estatal petroleira Saudi Aramco Cenários de risco ajudam a pressionar os preços do petróleo O mercado de petróleo sempre acompanha de perto o riscos geopolíticos e de perturbações no suprimento O risco mais imediato é a possibilidade de que o presidente americano Donald Trump escolha abandonar o acordo nuclear com o Irã e reaplicar as sanções que vigoravam contra as exportações de petróleo do país Entre 2014 e 2016 o mundo passou por um período de produção de petróleo superior à demanda A produção de petróleo de Petróleo da Venezuela caiu em pelo menos 500 mil barris ao dia com a crise econômica e política do país A produção americana total de petróleo de xisto betuminoso deve se expandir em cerca de 10% neste ano A produção americana total de petróleo de xisto betuminoso deve se expandir em cerca de 10%, ou 1,4 milhão de barris ao dia, neste ano
Boa parte do dinheiro investido em petróleo vem de investidores de prazo mais longo tentando operar com ativos de "ciclo tardio", como as commodities
Durante a última rodada de sanções, o fornecimento de petróleo do Irã caiu cerca de 1 milhão de barris por dia (bpd), mas o país ressurgiu como um grande exportador depois que as sanções foram levantadas em janeiro de 2016.
Desde então, o Irã aumentou a oferta, produzindo 3,81 milhões de bpd em março de 2018, quase 4% da produção global. Suas exportações de petróleo foram, em média, superiores a 2 milhões de bpd no primeiro trimestre deste ano.
Os analistas agora esperam que o fornecimento do Irã caia entre 200 mil bpd e 1 milhão bpd, dependendo de quantos outros países concordarem com Washington.
PRODUÇÃO
A Arábia Saudita anunciou também nesta quarta que poderá subir a sua produção de petróleo para compensar qualquer potencial escassez de oferta, como resultado das novas sanções contra o Irã.
Os preços do petróleo têm sido sustentados pelas expectativas de que Trump iria sair do acordo, que poderia atingir as exportações iranianas de petróleo e alimentar as tensões geopolíticas no Médio Oriente, que abriga um terço da oferta diária de petróleo mundial.
A Arábia Saudita "vai trabalhar com grandes produtores e consumidores dentro e fora da OPEP para limitar o impacto de qualquer escassez de oferta", disse uma autoridade saudita do Ministério da Energia esta quarta-feira, segundo a agência estatal de notícias SPA.
Fonte: Folha SP