Analistas se mostraram cautelosamente otimistas sobre os preços do petróleo para este ano, prevendo que cortes na produção da Opep e de aliados, juntamente com sanções dos Estados Unidos ao Irã e à Venezuela, vão desafiar a forte produção norte-americana e a desaceleração da economia global, mostrou uma pesquisa da Reuters nesta sexta-feira.
Uma pesquisa mensal realizada com 32 economistas previu que os contratos futuro do Brent ficarão em média de 67,12 dólares por barril em 2019, cerca de 1 por cento mais elevado do que os 66,44 dólares apontados na pesquisa anterior.
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Embora seja a primeira vez em cinco meses que os analistas aumentaram suas perspectivas, a visão de preço para 2019 ainda está abaixo dos 67,32 dólares por barril projetados em janeiro. O Brent tem operado em uma média de 63,70 dólares por barril até agora este ano.
“Com o crescimento econômico global mais lento, a demanda por petróleo não será muito dinâmica neste ano”, disse Frank Schallenberger, chefe de pesquisa de commodities do LBBW.
“Mas se a Opep mantiver seus cortes de produção e os EUA não afrouxarem as sanções contra os principais produtores iranianos e venezuelanos, os preços mais altos continuarão, uma vez que teremos um déficit de oferta no segundo semestre de 2019.”
Os principais produtores, liderados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e pela Rússia, se reunirão em 25 e 26 de junho em Viena, para analisar os cortes de oferta. A Arábia Saudita, maior exportadora do mundo, defendeu a ampliação das restrições até o final do ano.
A Opep cumpriu com 94 por cento do volume de corte acordado, enquanto que os aliados do grupo cumpriram com 51 por cento em fevereiro, disse a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). As reduções elevaram os preços em mais 25 por cento este ano.
Analistas esperam que o crescimento na demanda global por petróleo permaneça estável, de 1,2 milhão a 1,5 milhão de barris por dia (bpd) em 2019.
A previsão média para os preços dos futuros do petróleo dos EUA em 2019 foi elevada para 58,92 dólares por barril, em comparação com 58,18 dólares em fevereiro.
Parte do crescimento dos preços do petróleo dos EUA deve-se a novos oleodutos na Bacia de Permiano, que estarão disponíveis no segundo semestre de 2019, disse Adrià Morron Salmeron, economista da CaixaBank Research.
Fonte: Reuters