O Estado ficou em primeiro lugar entre todos os pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Pernambuco se destaca no crescimento da produção industrial brasileira em 2010. O Estado ficou em primeiro lugar entre todos os pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O período analisado foi entre janeiro e fevereiro deste ano.
Em Pernambuco, o índice de crescimento da indústria chegou a 11,1%. O estado de Goiás ficou em segundo lugar, com 8,3%, e o Rio de Janeiro, com 2,3%. Ainda e acordo com a pesquisa, o setor da indústria que mais cresceu em foi o de metalurgia básica, com 122,7%.
O motivo para isto deve-se, entre outros fatores, à localização privilegiada. “Do ponto de vista nacional, o crescimento de classes sociais, que antes estavam fora do consumo, e o crescimento de micro e pequenas empresas podem ser responsáveis. Em Pernambuco, temos uma situação privilegiada, e investimentos governamentais altíssimos. Esse conjunto de medidas e ações foi o que proporcionou esse momento histórico que a economia de Pernambuco vive”, disse o secretário-executivo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Alberto Galvão (foto 2).
O secretário-executivo do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de Pernambuco (Simmepe), Girley Brazileiro (foto 3), explica o porquê do crescimento da indústria metalúrgica. “Isso que a gente vê deve-se a duas grandes empresas: uma de aços longos, e uma empresa que produz fundidos. Essas duas são responsáveis por esse crescimento surpreendente”, afirmou.
É no Porto de Suape, a 60 quilômetros do Recife, que se concentra o maior número de indústrias de Pernambuco. Juntas, elas geram 13 mil empregos diretos, e mais 18 mil indiretos. Outras 35 empresas estão em fase de construção, e empregam 15 mil pessoas. Uma das que mais contratam é o EstaleiroAtlântico Sul, que entrega, este mês, a primeira encomenda.
Devido a esse crescimento industrial, Pernambuco está trazendo de volta pessoas que tentaram ganhar a vida no setor de construção naval no Japão. Para começar a produção do primeiro navio, que já dura um ano e sete meses, o estaleiro precisou treinar, inicialmente, 3 mil operários. Foi pouco e, sem encontrar mão-de-obra qualificada por aqui, precisou buscar profissionais do outro lado do mundo.
A solução foi trazer os dekasseguis - brasileiros que trabalhavam no Japão, país com uma das indústrias de navios mais avançadas do mundo. Cem já foram contratados. Manuela Barão gostou da oportunidade de voltar ao Brasil no momento em que a crise econômica no Japão diminuiu o salário dos trabalhadores.
Com experiência profissional de seis anos, aqui ela se tornou líder de uma equipe de seis soldadores. “O diferencial é ser mulher. A dificuldade lá era maior, e vejo que o Brasil, nesse sentido, está mais avançado”, disse.
Hamilton Hatada é outro que está de volta depois de 20 anos no Japão. Ele diz que lá - mesmo como descendente de japoneses - as chances de crescimento profissional eram limitadas. Aqui, tornou-se supervisor de um grupo de 60 homens. Mas o amor pelo Brasil também pesou na decisão de voltar. “Ajudei 20 anos o Japão, hoje voltei para ajudar o Brasil também”, contou.
Para atender às encomendas de outros 22 navios, até 2014, o presidente do estaleiro, Ângelo Bellelis, diz que mais 300 trabalhadores serão contratados até o fim deste ano: 100 deles serão dekasseguis. “É uma oportunidade única porque falam português, têm uma disciplina muito grande, e já têm experiência no tipo de indústria que temos aqui”.
Além de Suape, outras obras prometem ajudar Pernambuco a crescer economicamente. “Temos a Transnordestina, que está indo bem. Entrou em ritmo mais acelerado, e serão contratados de 8 a 9 mil pessoas nos próximos meses. Ela irá proporcionar o aumento da competitividade por produtos produzidos aqui. Também temos a Hemobrás, que está em pleno processo de montagem dos canteiros de obras, e já iniciou a terraplanagem", concluiu o secretário Alberto Galvão.
Fonte: pe360graus.com
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