A crise global, que reduziu a demanda por aço no mundo, fez o lucro líquido da Gerdau despencar 78,6% entre 2008 e 2009, de R$ 4,945 bilhões para R$ 1,005 bilhão no ano passado. No quarto trimestre, o lucro da empresa alcançou R$ 643 milhões, queda de 1,8% em relação ao trimestre imediatamente anterior. O resultado da maior produtora de aços longos das Américas, entretanto, superou as estimativas dos analistas. O menor volume de vendas, principalmente na América do Norte, foi o principal motivo para os desempenho inferior no ano.
O diretor-presidente da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, explicou que o resultado anual da empresa foi impactado por efeitos não recorrentes, como baixas contábeis de ativos, líquidos de imposto de renda, no valor de R$ 886 milhões, sem os quais o lucro teria sido de R$ 1,891 bilhão em 2009.
A despeito do resultado inferior, André Gerdau disse esperar um bom ano para 2010, com retomada gradual da atividade econômica no mundo. O executivo citou os programa de estímulo à economia norte americana, com investimentos governamentais em infra-estrutura, e o programa de construção de usinas nucleares, em cujo a Gerdau atuará como fornecedora, como fatores que sustentarão a demanda por produtos da companhia no curto e médio prazos.
A estimativa de aumento de 9% nas vendas de veículos no Brasil, segundo dados da Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea), e o programa de renovação da frota brasileira de caminhões, também dão à Gerdau boas perspectivas para 2010, de acordo com seu presidente. No longo prazo para o Brasil, o executivo destacou os projetos estruturantes esperados para o País, além da realização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, como eventos que contribuirão com a demanda da empresa.
"Temos a convicção de que este ano será bom para a Gerdau. Nossa empresa está preparada para atender a evolução da demanda no Brasil e no mundo", disse André Gerdau. O executivo enfatizou que a companhia mantém seu plano de investimento, que é de R$ 9,5 bilhões para o período de 2010 a 2014, dos quais 80% serão aplicados no Brasil.
A receita líquida da empresa em 2009 ficou em R$ 26,540 bilhões, queda de 35,9% ante o verificado em 2008, quando a receita esteve em R$ 41,908 bilhões. No quarto trimestre, companhia apurou receita líquida de R$ 6,363 bilhões, recuo de 6,5% frente ao trimestre imediatamente anterior (R$ 6,808 bilhões).
As vendas totais da companhia fecharam 2009 em R$ 13,987 bilhões, redução de 26,8% frente a 2008 (R$ 19,119 bilhões). No quarto trimestre, as vendas caíram 5,3% em relação ao terceiro trimestre e ficaram em R$ 3,670 bilhões. Mesmo com as expectativas de aquecimento da atividade econômica no Brasil e dos reajustes para o preço do minério de ferro, André Gerdau disse que não prevê aumento dos preços da empresa no Brasil. "Não prevemos aumento de preço no mercado interno, neste momento", afirmou.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) em 2009 ficou em R$ 3,815 bilhões, queda de 61,9% diante do apurado em 2008, quando a geração operacional de caixa da empresa ficou em R$ 10,024 bilhões. A margem Ebitda fechou 2009 em 14,4%, queda de 9,5 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
No quarto trimestre, o Ebitda recuou 9,4% frente aos três meses imediatamente anteriores a R$ 1,246 bilhão e a margem recuou 0,6 pontos percentuais e ficou em 19,6%. Segundo o vice-presidente executivo de finanças e Relações com Investidores da Gerdau, Osvaldo Schirmer a meta da empresa é fechar o ano com margem em torno de 20%.(Fonte: Jornal do Commercio/RJ/LUCAS VETTORAZZO)
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