A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) não acredita mais em queda de preços do aço no país. A expectativa é que no quarto trimestre os preços fiquem 5% mais baixos do que entre julho e setembro, mas por medidas que já foram tomadas de desconto a clientes. O diretor comercial, Luiz Fernando Martinez, explicou que a empresa concedeu descontos de maneira geral, analisando as necessidades de cada cliente. "A CSN está olhando se a cadeia de valor continuará competitiva. Olhamos todos os setores, caso a caso, na construção civil, linha branca, automotiva."
A compra de aço importado deverá cair no próximo ano, acredita a CSN. Isso deve melhorar o cenário de vendas para a companhia, que afirmou não temer a concorrência, contanto "que seja legal".
"A CSN é a favor da livre competição no mercado. Se tem uma usina no mundo apta a competir em igualdade é a CSN. O que a gente não topa é competir por concorrência desleal", disse. Segundo o diretor, o que vem acontecendo no país é que estão sendo importados materiais que não são adequados para o que estão sendo destinados, com indícios de fraude.
A CSN estuda a possibilidade de entrar com pedidos de ação antidumping. Segundo Martinez, a empresa tem provas da existência de ações de dumping no país. Mas ele não quis dizer quais serão os países-alvo da companhia. A Usiminas já entrou com representação no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior exigindo barreiras contra chapas grossas estrangeiras.
A CSN está analisando a possibilidade de ampliar suas operações na América Latina. A companhia estuda tanto a realização de novos projetos, com a construção de mais unidades, como a compra de empresas já existentes. A CSN vai destinar parte dos R$ 11,5 bilhões do caixa para esse crescimento.
Neste ano, os investimentos ficarão em R$ 3 bilhões, segundo o diretor Paulo Penido. Ele disse ter reservado parte do caixa para "possíveis operações de fusões e aquisições que podem ou não acontecer nos próximos meses".
Além do Brasil, a CSN tem foco maior na Argentina, Uruguai, Paraguai, Colômbia, Chile e Peru, na ordem de prioridades. "Analisamos um modelo de crescimento para a América Latina porque a região continuará crescendo mais que a média do mundo, tanto em cimento como em aços longos."
A CSN reafirmou que mantém os planos de abrir o capital da mina Casa de Pedra. Mas espera, antes, concluir o processo de fusão com a Namisa, da qual detém 60%.
Fonte: valor Econômico/Juliana Ennes | Do Rio
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