SÃO PAULO - Na sequência da divulgação de seus resultados no terceiro trimestre, a direção da CSN traçou hoje um cenário de estabilidade em preços e vendas nos próximos meses, com uma recuperação mais consistente dos negócios a partir do início de 2012.
Para o próximo ano, as projeções da siderúrgica apontam para vendas de produtos siderúrgicos na faixa de 5 milhões a 5,3 milhões de toneladas, além de embarques de minério de ferro ao redor de 33 milhões de toneladas, dando sequência à renovação de recordes pela operação de mineração do grupo.
Mesmo com a desvalorização do minério de ferro no mercado chinês - que pode desencadear um novo movimento de baixa no preço internacional do aço, na busca das siderúrgicas por competitividade -, a CSN informou que não visualiza o risco de contração nos valores de seus produtos.
Em teleconferência com analistas, Luiz Fernando Martinez, diretor comercial da empresa, disse que o preço já está "no chão". Segundo ele, o prêmio da bobina de aço laminada a quente - um produto básico na siderurgia - está praticamente neutro, com uma diferença de zero a 5% em relação ao produto importado.
O executivo disse, contudo, que não acredita em aumento de preços, dada a prioridade das siderúrgicas de bloquear a entrada de aço importado. Assim, a tendência é de que os preços sigam nos patamares atuais, avaliou a CSN.
O setor está preocupado com as chamadas importações indiretas - ou seja, a entrada de produtos com forte conteúdo siderúrgico, que devem somar em torno de 5 milhões de toneladas de aço neste ano. "É praticamente uma CSN chegando ao Brasil em importações", comparou Martinez.
A companhia acredita que as vendas de aço no quarto trimestre devem ficar perto dos volumes reportados no balanço do terceiro trimestre, de 1,18 milhão de toneladas.
Durante a teleconferência, os diretores da CSN ainda comentaram as investidas da companhia sobre a Usiminas, onde o grupo de Benjamin Steinbruch chegou a uma participação de 11,3% do capital com direito a voto após compras de ações no mercado.
De acordo com David Salama, diretor de relações com investidores da CSN, a companhia ainda avalia todas as possibilidades relacionadas ao investimento na Usiminas, que é tido como estratégico. Contudo, acrescentou que não tinha nada a acrescentar ao que já foi divulgado ao mercado.
Segundo o executivo, o caixa de R$ 15,63 bilhões acumulado pela siderúrgica até setembro será usado para sustentar o programa de expansão nos próximos anos e para aproveitar possíveis oportunidades de aquisições.
(Eduardo Laguna | Valor Econômico)
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