A Cummins vai erguer em Itatiba, no interior de São Paulo, sua quarta fábrica no país, onde serão produzidos geradores de energia e será instalado um centro de distribuição de peças e equipamentos. Os investimentos iniciais - envolvendo a compra do terreno e as obras civis - somam US$ 37 milhões.
Mas os aportes poderão chegar a US$ 90 milhões com a aquisição de maquinário e a introdução de novas linhas de produtos, consumindo, nesse caso, a maior parte dos investimentos de US$ 200 milhões traçados para o país em um período de cinco anos.
Se tudo sair dentro do previsto, as operações terão início em março de 2014, com uma capacidade de produção anual de aproximadamente 3,6 mil geradores a gás ou a diesel. A nova fábrica ocupará 50 mil metros quadrados, menos de 12% da área total do terreno - de 436 mil metros quadrados -, o que abre a possibilidade de abrigar outros produtos no futuro.
Com isso, a americana Cummins caminha para concentrar sua produção de motores automotivos na sede em Guarulhos, transferindo gradualmente para Itatiba as demais linhas, entre filtros automotivos, turbos e sistemas de controle de emissões de poluentes.
Pelas oportunidades surgidas com as obras em infraestrutura e construção civil no país, os geradores serão os primeiros a ter "casa nova". A direção da filial brasileira aposta ainda na crescente demanda por esses equipamentos em estabelecimentos comerciais - como shopping centers e supermercados -, na esteira da ascensão da classe média brasileira e seu potencial de consumo.
"Fizemos várias análises e percebemos que os geradores precisavam de mais espaço", conta Luis Afonso Pasquotto, principal executivo da Cummins no Brasil. Ele acrescenta que a fábrica dará condições para a empresa lançar novas linhas de geradores, dentro da meta de dobrar o faturamento na área de energia até 2015. No ano passado, esse segmento representou US$ 230 milhões do faturamento total na América do Sul, de US$ 1,9 bilhão.
Hoje, a produção de geradores é feita em uma das três fábricas da Cummins em Guarulhos. No local, a empresa também produz motores e turbos, linhas que, com a mudança, ganham espaço para futuras expansões. "A fábrica estava operando em condições apertadas. Era preciso liberar mais espaço para os escritórios e movimentação de cargas", diz Pasquotto.
No período de 2011 a 2015, estão previstos investimentos de aproximadamente US$ 48 milhões na modernização da fábrica de motores, ocupada pela Cummins há 38 anos.
O projeto da nova fábrica deve ser apresentado hoje ao governador paulista, Geraldo Alckmin, em reunião no Palácio dos Bandeirantes. Segundo informa a Cummins, o empreendimento vai gerar inicialmente 250 empregos diretos em um turno de trabalho, podendo alcançar 700 postos até 2020.
A companhia discutia com a Secretaria de Desenvolvimento paulista as possibilidades para o projeto desde maio do ano passado. Mais de dez cidades foram analisadas, de acordo com o secretário Paulo Alexandre Barbosa. Inicialmente, a ideia era levar o empreendimento para perto das unidades industriais de Guarulhos, mas a companhia diz não ter encontrado espaço adequado na região. De acordo com Pasquotto, 75 áreas em vários Estados foram avaliadas.
Segundo o executivo, pesaram na escolha da cidade de Itatiba a localização do terreno - às margens da rodovia Dom Pedro I e a 86 quilômetros de São Paulo - e os investimentos em infraestrutura que estão sendo realizados no entorno da fábrica. Tanto a Cummins quanto a Secretaria de Desenvolvimento não confirmaram se foram oferecidos incentivos fiscais ao empreendimento.
De acordo com Pasquotto, os investimentos serão custeados por recursos gerados pela própria empresa no Brasil. No ano passado, a América Latina respondeu por 12% das vendas globais de US$ 18,04 bilhões.
Fonte: Valor Econômico/Por Eduardo Laguna | De São Paulo
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