A delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado continuará tramitando sem segredo de justiça, decidiu a segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira. A defesa havia solicitado à Corte que a colaboração voltasse a ser sigilosa, mas os ministros da turma foram unânimes ao negar o agravo.
Machado admitiu, na colaboração premiada, repasse de propina a 28 políticos, entre eles os senadores Renan Calheiros, Romero Jucá, Edison Lobão - todos do PMDB - e Aécio Neves (PSDB). Ele também cita que o presidente Michel Temer pediu doação de R$ 1,5 milhão da construtora Queiroz Galvão para a campanha de Gabriel Chalita (à época do PMDB) à Prefeitura de São Paulo.
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O STF já autorizou “procedimentos preliminares” para apurar os fatos narrados pelo delator. Há duas semanas, o relator da Operação Lava-Jato no Supremo, Edson Fachin, autorizou abertura de inquérito para investigar Machado, Renan, Jucá e o ex-presidente José Sarney, também do PMDB.
Fachin negou o pedido da defesa de Machado e manteve a delação pública, conforme já havia decidido seu antecessor, ministro Teori Zavascki, morto em janeiro em um desastre aéreo. O voto do novo relator foi seguido pelos ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e Gilmar Mendes. “Nesses casos em que estão envolvidos casos de corrupção em alto nível, aquilo que interessa à sociedade deve vir à luz”, justificou Lewandowski.
Fonte: Valor