Na agenda da Vale, a Aços Laminados do Pará (Alpa), em Marabá, será a segunda usina a entrar em operação depois da ThyssenKrupp CSA, inaugurada hoje. A Vale é minoritária na CSA, controlada pelo grupo alemão ThyssenKrupp, o maior investimento da multinacional no mundo. Na Alpa, por seu lado, a vale terá 100%. essa fábrica de placas vai custar US$ 3,2 bilhões.
Atendendo em 2009 as pressões do presidente Lula - que comparecerá hoje ao evento na CSA, em Santa Cruz, município do Rio -, a Vale fará da Alpa sua usina mais sofisticada. Ela vai fabricar placas e laminados a quente e a frio. Com isso, pretende também agradar a governadora do PT, Ana Julia Carepa. Ela reivindicou que a Vale produzisse valor agregado no Pará, onde extrai grande parte do minério que exporta para o mundo.
Depois de conversas com Lula, em meio à crise financeira e econômica global, a direção da Vale, que já estava tocando os projetos das siderúrgicas CSA e a cearense Ceará Steel, ampliou seu portfólio de aço com mais dois projetos: o da siderúrgica paraense e a de Ubu, no Espírito Santo.
Nos cálculos de Aristides Corbellini, diretor de siderurgia da Vale, a companhia pretende colocar no mercado nos próximos quatro anos 18,5 milhões de toneladas de aço bruto, em projetos correspondentes a um investimento de US$ 21 bilhões.
Corbellini está otimista com o andamento das obras da usina de Marabá, considerada "a menina dos olhos da Vale", no entender de fontes do setor de mineração. A usina recebeu esta semana a licença de instalação e já foi dada a partida às obras de terraplanagem. "No dia 22, Lula vai visitar a obra", disse o executivo.
A Alpa deve começar a produzir a primeira placa em 2013. A usina terá uma instalação para produzir 2,5 milhões de toneladas de placas que será 100% da Vale (terá um alto-forno e dois convertedores). A unidade de laminação será instalada e tocada pela Aço Cearense, empresa que sera majoritária com 75% no negócio. A Vale terá 25% da laminação. A Alpa terá também uma pequena linha de galvanização de 150 mil toneladas ao ano.
Boa parte das placas fabricadas na Alpa, 750 mil toneladas, vão ser consumidas pela laminação da própria usina. Os restantes 1,85 milhão de toneladas serão exportadas para a Califórnia Steel, laminadora americana com controle compartilhado entre a Vale e a japonesa JFE Steel.
A Ceará Steel, localizada em Pecém (CE), é a usina que a Vale está construindo com a coreana Dongkuk. Vai produzir 3 milhões de toneladas de placas a partir de 2014. É orçada em US$ 4 bilhões.
Ubu, o mais novo projeto de aço da mineradora, deverá fazer 5,2 milhões de toneladas de placas e ter investimento de US$ 6,2 bilhões. A Vale pretende tocá-lo sozinha até receber as licenças ambientais. Só no último trimestre do ano vai escolher um sócio.
Fonte: Valor Econômico/ Vera Saavedra Durão, do Rio
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