Com o impasse em torno da escolha do presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o professor Luciano Coutinho deverá ser mantido no cargo até que o governo encontre um substituto de prestígio com bom trânsito no mercado de capitais.
A presidente Dilma Rousseff e a Casa Civil queriam que Paulo Rogério Caffarelli, número dois do ex-ministro Guido Mantega (Fazenda), assumisse o comando do banco estatal. Mas Caffarelli prefere a presidência do BB (Banco do Brasil), onde fez carreira.
Com Coutinho no BNDES, Alexandre Abreu, atual vice-presidente de varejo do BB, perdeu força na disputa por um posto no comando dos bancos estatais. Ele seria indicado para o BB. Mas as credenciais de Caffarelli o colocam em vantagem.
Reconhecido por sua habilidade de resolver problemas, Caffarelli passou pela área de cartões à época da mudança das regras do setor, ajudou a abrir o capital da BB Seguridade, assumiu a área de atacado (investimentos e atendimento a grandes empresas) e, depois, foi para a Fazenda com o objetivo de estreitar a relação com o setor privado, especialmente os bancos.
Na Caixa Econômica Federal (CEF), a ex-ministra Mirian Belchior (Planejamento) é dada como certa.
O governo pretendia definir a escalação dos titulares dos bancos públicos nesta sexta (9), mas, com o impasse, preferiu esperar um pouco mais, até o fim de fevereiro ou março.
Isso porque, até lá, o governo espera que a nova equipe econômica consiga recuperar a credibilidade, abalada com as manobras no primeiro mandato de Dilma.
Dessa forma, seria possível contar com outros nomes para ocupar os cargos.
ESTRATÉGIA
Sob novo comando, BB, Caixa e BNDES terão reforços na sua gestão para dar mais transparência e dificultar o uso político dessas instituições. O governo quer blindá-las para evitar escândalos de corrupção, como o que consome a Petrobras.
Na Caixa, essa política será implementada via abertura de capital na Bolsa, como antecipou a Folha.
No BNDES, a concessão de crédito será mais transparente porque o banco deverá estreitar mais sua relação com instituições privadas em projetos de financiamento de obras de infraestrutura.
(Fonte: Folha de São Paulo/TONI SCIARRETTA/JULIO WIZIACK DE SÃO PAULO
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