SÃO PAULO - O Egito voltou atrás e não vai mais aceitar carregamentos de trigo contendo qualquer indício de fungo, informou a agência de notícias Bloomberg, citando um decreto do ministro da agricultura do país, Essam Fayed.
A recusa do maior importador de trigo do mundo em permitir a entrada do cereal infectado com até mesmo a menor quantidade de "ergot" - um fungo que, em grandes quantidades, pode provocar alucinações e comportamento irracional, mas em baixos níveis é considerado inofensivo para humanos - causou instabilidade no mercado de abastecimento nos últimos meses.
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Um alento, porém, havia sido dado ao setor no início de julho, quando a autoridade de quarentena do país anunciou em decreto que aceitaria importações contendo até 0,05% de ergot no carregamento. Agosto começa o período de maior importação de trigo pelo Egito.
"Isso vai afetar drasticamente o mercado", disse à Bloomberg Hesham Soliman, presidente da corretora Medstar com base em Alexandria. “As tradings agora vão decidir se correm o risco de participar dos leilões do Egito e vão cobrar um preço mais alto por isso”.
Fonte: Valor Econômico/Fernanda Pressinott