A Nova Transportadora do Sudeste (NTS) prevê investir 900 milhões de reais nos próximos cinco anos, enquanto busca se tornar mais eficiente e preparar a empresa para a expansão futura da malha e atração de novos clientes além da Petrobras, afirmou nesta terça-feira o presidente da companhia, Wong Loon.
Segundo o executivo, a empresa planeja empenhar os recursos principalmente em eliminação de gargalos, integridade de dutos e melhoria no sistema de medição.
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O controle da NTS foi vendido pela Petrobras para a Brookfield em abril de 2017, por mais de 5 bilhões de dólares. No entanto, a petroleira brasileira permanece como a única cliente do gasoduto.
“Hoje nós temos um ‘sigle client’ e nós temos que trabalhar com multiclientes. Parece uma coisa simples, mas até o software não é preparado para isso”, afirmou Loon, ao participar de evento do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), em aquecimento para o evento Rio Pipeline.
Desde a venda da NTS, a empresa já investiu 180 milhões de reais, prioritariamente em questões de segurança e medição, segundo o executivo.
Sobre a possibilidade de expansão da malha, Loon explicou que ainda não há planos, uma vez que a empresa precisa aguardar sinais do mercado.
“Não tenho expectativa de expansão ainda porque não sou eu que vou expandir porque eu quero, tem que ter uma demanda. A produção já existe, até 2023 deve ter um aumento de demanda”, afirmou Loon, sem entrar em detalhes.
Mas o executivo destacou que tem havido consultas do mercado sobre a possibilidade de utilização de capacidade interruptível nos dutos, em meio a um clima de abertura do mercado.
O governo federal está liderando um plano de abertura de mercado de gás, que prevê a saída completa da Petrobras dos setores de transporte e distribuição e a entrada de novos investimentos privados.
Loon também explicou que os sócios na NTS têm interesse em comprar os 10% que ainda pertencem à Petrobras. No entanto, ponderou que, apesar de a petroleira já ter anunciado interesse em vender sua parcela, nenhuma conversa formal ocorreu sobre o tema.
Também presente no evento, o diretor-presidente da Transportadora Associada de Gás (TAG), Gustavo Labanca, também falou sobre o interesse de expandir a rede de dutos. No entanto, indicou que a empresa precisa se preparar.
“Esse (investir em novos dutos) é o objetivo, mas primeiro a gente precisa, no bom sentido, arrumar a casa. Hoje nós temos um único cliente que é a Petrobras, esse mercado vai se abrir e a gente tem que estar preparado para ele”, afirmou.
A TAG foi comprada junto à Petrobras por um grupo liderado pela francesa Engie por 33,5 bilhões de reais, em negócio fechado recentemente.
Fonte: Reuters