A Enauta está trabalhando para diversificar o portfólio de ativos por meio de fusões ou aquisições. A sinalização foi feita pelo presidente da empresa, Décio Oddone, em teleconferência com analistas na sexta-feira. “Reconheço que falta diversificar o portfólio e otimizar a estrutura de capital”, disse o executivo.
Oddone indicou que espera trazer notícias sobre o assunto nos próximos meses. “Não gosto de falar de projetos específicos, tivemos alguns projetos que não deram certo no passado, mas estamos trabalhando”, frisou.
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Segundo ele, a companhia segue em busca de novos ativos, mas está atenta ao aumento dos preços do petróleo no mercado internacional este ano. “Vejo algumas companhias falando sobre negociações, nós preferimos ser discretos. Os preços do petróleo subiram muito, temos sido cautelosos quanto a isso”, disse.
Questionado sobre uma potencial aquisição no exterior, o executivo disse que a Enauta não descarta essa possibilidade, mas que avalia projetos preferencialmente no Brasil, pois é onde a companhia tem experiência. “Não temos preconceito, nosso objetivo é geração de valor, pode ser em terra ou mar", disse.
Além disso, Oddone ressaltou que a Enauta não tem projeto para vender uma fatia de participação do campo de Atlanta, na Bacia de Santos, principal ativo da companhia. “Não há nenhum projeto em andamento para desinvestimento em Atlanta. Acreditamos que o potencial desse campo para gerar valor para nossos acionistas é muito grande e é difícil achar ativos que gerem tanto valor”, disse.
O campo, inclusive, deve ter o retorno total da produção em setembro, depois de uma parada programada. Durante a interrupção da produção, Atlanta recebeu investimentos para estender a vida da unidade de produção da área, ampliar a capacidade de tratamento de água, além da realização de inspeções regulares.
De acordo com o diretor de produção da Enauta, Carlos Mastrangelo, Atlanta já passa por um retorno gradual da produção neste mês de agosto. “Tudo ocorrendo bem, teremos os três poços produzindo ao fim de setembro, devendo atingir uma produção em torno de 15,5 mil barris por dia”, disse.
O campo atualmente produz por meio de um sistema antecipado de produção e a plataforma definitiva tem previsão de entrar em operação em 2024. De acordo com Mastrangelo, o projeto definitivo está seguindo o prazo e o orçamento previstos inicialmente.
A diretora financeira da Enauta, Paula Costa, lembrou que a companhia também deve ter maior capacidade de produção e geração de caixa a partir de 2024, com a entrada em operação do sistema definitivo de Atlanta. “Vemos espaço para melhorar a estrutura de capital e isso ser mais uma oportunidade de criação de valor para os nossos acionistas”, afirmou.
Em relação aos caminhos para a distribuição de dividendos da Enauta, Costa, disse que a prioridade no momento é investir nas atividades da empresa. “Agora a prioridade do caixa é ser investido na atividade, no campo de Atlanta, combinado com a possibilidade de melhoria na estrutura de capital”, afirmou.
Em paralelo, a Enauta está negociando um novo contrato para a venda do petróleo produzido no campo de Atlanta. O presidente da companhia explicou que o contrato atual vai somente até o início do próximo ano, quando estava previsto inicialmente o fim do sistema de produção antecipado da área.
Com a opção da Enauta por estender esse sistema até a entrada da plataforma definitiva, a companhia está negociando o contrato para a venda da produção nos meses até o início do novo sistema de produção.
“Estamos na conclusão das negociações do novo contrato, que vai cobrir o restante da vida útil do sistema. Assim que houver uma decisão, vamos comunicar”, afirmou Oddone.
Fonte: Valor