O comportamento da economia cearense no primeiro trimestre do ano, apesar de inferior ao do ano passado, destaca-se em nível regional. O crescimento do PIB local foi superior ao da Bahia, Estado que concentra grandes indústrias como automobilística e petroquímica. Lá, a economia expandiu-se 2,5%, com um decréscimo de 0,5% em seu setor secundário. A agropecuária baiana assinalou alta de 7,3%, bem inferior à taxa do Ceará
(28%), e os Serviços inflaram 3,4%, também abaixo da média local (5,4%).
"O que motivou o crescimento do Ceará acima da média baiana, primeiro, foi a expansão expressiva do setor de serviços. Como o setor do Ceará pesa relativamente mais do que na Bahia, você teve aí uma influência positiva. Na agropecuária, nós tivemos uma expansão de 26%, enquanto que na Bahia foi de 7,3%.E o terceiro componente foi a indústria. Nós tivemos uma expansão muito tímida, mas positiva, enquanto a Bahia teve uma retração. Isso mostra que o Ceará tem um crescimento superior à economia Baiana, que tem uma presença nacional muito maior que a cearense", destaca o diretor geral do Ipece, Flávio Ataliba.
De acordo com ele, as perspectivas para os próximos trimestres são fortes, principalmente com o nível do investimento estadual.
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Conforme Ataliba, o Ceará é o quarto estado do País que mais investe, em termos nominais, perdendo apenas para São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Já como proporção da Receita Corrente Líquida, o Estado é o que mais investe nacionalmente. "São investimentos públicos que vão se traduzir em privados, e em uma expansão consistente da economia", garante o diretor do Ipece.
Entretanto, o desempenho local ainda está aquém do "trator" Pernambuco. No primeiro trimestre, a economia do estado vizinho expandiu-se 7,6%, com taxas bem além da média nacional. O setor de serviços pernambucano, por exemplo, cresceu 7,8%, já a indústria assinalou incremento de 7,7% e a agropecuária, embora com desempenho inferior à taxa cearense, teve alta de 7,3%. "Nos próximos anos, vamos ter perfis de investimentos semelhantes ao estado de Pernambuco. O esforço que tem sido feito no Estado para trazer uma refinaria e a siderúrgica se justifica, porque vai mudar completamente o perfil da indústria no Estado e, consequentemente, a economia do Ceará", prevê Ataliba.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)/DIEGO BORGES
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