A megacapitalização da Petrobras colocará uma grande quantidade de ações da companhia em circulação no mercado, a despeito de o governo ter ampliado sua participação na companhia. Antes da operação, havia o equivalente a R$ 146 bilhões em ações da estatal em circulação na BM&FBovespa e na Bolsa de Nova York (Nyse). Após a oferta, esse total deve subir para cerca de R$ 190 bilhões.
PUBLICIDADE
Esse aumento influenciará de imediato os índices de mercado cujas metodologias são baseadas no valor de mercado. É o que ocorre com a principal família de indicadores utilizada como referência por estrangeiros, do MSCI, e também pelos domésticos IBrX 50 e IBrX.
A pedido do Valor, o MSCI fez um exercício sobre qual deve ser o peso da estatal na composição da carteira dedicada ao Brasil (MSCI Brazil). Pelo aumento das ações em circulação, a participação da empresa deve subir dos atuais 16,4% para pouco menos de 19%.
Já no IBrX 50, a expectativa é de que a parcela da Petrobras suba dos atuais 17,5% para perto de 20% e no IBrX o percentual deve passar dos 15,5% de sexta-feira para aproximadamente 18%.
No Índice Bovespa, principal indicador da bolsa brasileira, há previsão de aumento também significativo. Contudo, a metodologia do indicador difere desses outros. No Ibovespa, o fator preponderante é a liquidez das ações. A carteira teórica é revisada a cada quatro meses e leva em consideração uma média móvel da movimentação financeira de 12 meses.
A próxima revisão do portfólio, que ocorrerá em dezembro para valer a partir de janeiro, conterá os efeitos da oferta sobre a negociação dos papéis nos meses de outubro, novembro e dezembro.
Assim, a ampliação de participação da Petrobras no Ibovespa deve ser gradual, ao contrário dos demais indicadores citados em que o ajuste será imediato.
A Petrobras passou a ser, disparada, a maior empresa da BM&FBovespa, avaliada em R$ 368 bilhões, além de estar entre as cinco maiores companhias do mundo em valor de mercado.
O aumento do peso das ações da Petrobras nos principais índices de mercado é importante porque pode aumentar a procura pelos papéis no curto prazo.
Os fundos que seguem tais indicadores precisam ajustar a exposição de suas aplicações ao mesmo percentual de peso que a empresa tem nesses índices.
(Fonte: Valor Econômico/Graziella Valenti | De São Paulo)