Negócios com os EUA se expandiram apenas 23,6% nos oito primeiros meses do ano
Infladas pelo aumento dos preços de produtos básicos como o minério de ferro, as exportações brasileiras obtiveram o melhor resultado desde o agravamento da crise mundial, em setembro de 2008, e chegaram a US$ 19,236 bilhões em agosto, de acordo com dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O resultado representou um aumento de 32,7% em relação à média diária de embarques de agosto do ano passado.
"As exportações têm repetido uma recuperação semelhante à de 2008, acompanhando a tendência daquele período. Provavelmente teremos uma queda leve no fim do ano, como nos outros anos", afirmou o secretário de Comércio Exterior do MDIC, Welber Barral.
Na comparação com o mesmo mês de 2009, as vendas de básicos aumentaram 43,9%, com destaque para os embarques de minério de ferro, cujo crescimento chegou a 228% no período. Essa expansão, no entanto, está diretamente relacionada com o aumento de 168,2% no preço do produto no mercado internacional, enquanto em quantidade exportada o crescimento foi de apenas 28,1%.
Em agosto, o aumento das vendas de industrializados foi de 23,2% ante o mesmo mês de 2009, com destaque para o crescimento de 122% nas vendas de veículos de carga, também a preços maiores. "Os dados revelam uma recuperação dos mercados importadores, pois tem havido crescimento das exportações não apenas em quantidade, mas também no valor transacionado, o que revela aumento da demanda", disse Barral.
Em relação aos destinos das mercadorias brasileiras, Ásia e Mercosul continuam liderando a expansão no ano, com aumentos de 45,7% e 41,9%, respectivamente. Segundo Barral, o crescimento de 30,3% nas vendas para a União Europeia de janeiro a agosto ante igual período de 2008 mostra que não há efeitos negativos da crise no comércio com a região. Já as vendas para os Estados Unidos, que se expandiram apenas 23,6% nos oito primeiros meses do ano, ainda geram apreensão para o governo. "Aumentamos as exportações, mas isso ainda não nos leva ao nível de 2008. Há uma preocupação para sermos mais agressivos no mercado americano", admitiu.
Pelo lado das importações, os investimentos e o início da composição dos estoques de produtos importados para as vendas de fim de ano colaboraram para o aumento de 48,6% das compras em agosto na comparação com o mesmo mês de 2009. Os US$ 16,796 bilhões importados em agosto também representam o maior volume desde outubro de 2008.
Entre os destaques do mês estão as compras de bens de capital, com expansão de 71,6% em agosto ante igual período do ano passado. Já as compras de bens de consumo aumentaram 50,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, revelando que o Natal de 2010 terá forte presença dos importados. "No fim do ano começam as importações de bebidas e produtos alimentícios. Além disso, o próprio câmbio favorece a importação e a diversidade da cesta de Natal", completou o secretário.
Fonte: Jornal do Commercio (RS)
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