Apesar da perspectiva de recuo das exportações brasileiras de máquinas agrícolas para a Argentina, principal mercado externo para o segmento no Brasil, os embarques totais das indústrias ligadas à Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) registraram alta de 14,3%, para 6,2 mil unidades, no primeiro quadrimestre do ano na comparação com o mesmo período de 2011. Essa expansão deve levar à revisão das metas para as vendas externas brasileiras em 2012, uma vez que a estimativa inicial era de estabilidade no ano.
Além do aumento da comercialização em outros mercados, Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, acredita que a valorização do dólar frente ao real incentiva a retomada das exportações. "É possível renegociar alguns contratos perdidos", afirmou.
No mês passado, as exportações totalizaram 1,4 mil unidades, queda de 20,5% contra março e aumento de 11,9% na comparação com o mesmo mês de 2011. Já a receita somou US$ 262,7 milhões em abril, 9,7% menos que em março e montante 4,4 % superior ao abril do ano passado. No acumulado de 2012, o valor dos embarques cresceu 14,4% em relação aos primeiros quatro meses de 2011, para US$ 1,1 bilhão.
Milton Rego, diretor da Anfavea, afirmou que a diminuição das vendas para a Argentina está sendo compensada com exportações para mercados como Peru e Colômbia e para alguns países da África, como África do Sul e nações do norte do continente. Segundo ele, há maior comercialização de tratores em detrimento das colheitadeiras, compradas principalmente por Argentina, Paraguai e Uruguai. Rego explica que o mercado africano demanda máquinas menores, sobretudo produtos de baixa potência.
Apesar das imposições da Argentina para a entrada de produtos brasileiros, os embarques de tratores ao país vizinho no primeiro trimestre aumentaram mais de 100% na comparação com o mesmo período de 2011 - saíram de 355 para 839 unidades. Já a venda de colheitadeiras caiu 18,2%, para 170 unidades no período. Mas a Anfavea alerta que a base de comparação é baixa, pois nos primeiros meses de 2011 as empresas brasileiras registravam dificuldades para exportar aos argentinos.
As vendas internas de máquinas agrícolas no atacado somaram pouco mais de 20 mil unidades de janeiro a abril, recuo de 3,9% ante o primeiro quadrimestre de 2011. Milton Rego disse que a redução reflete o comportamento do produtor rural, que diminui as compras em abril para efetuá-las durante a Agrishow, feira de tecnologia agrícola realizada no interior paulista na primeira semana de maio. "Normalmente, há linhas de financiamento mais atrativas, mas não descontos no preço dos produtos".
As vendas internas apenas em abril subiram 3,1% ante março, para 5,4 mil unidades. A produção no acumulado do ano aumentou 7,7%, para 28,6 mil unidades.
Fonte:Valor Econômico/Por Carine Ferreira | De São Paulo
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