Impulsionada pelo aumento das vendas de petróleo e soja em grão e pelo reajuste de preços do minério de ferro, a exportação atingiu US$ 17,702 bilhões em maio, alta de 11,2% frente a abril, no melhor resultado mensal desde outubro de 2008. A importação atingiu US$ 14,259 bilhões, configurando a primeira retração no ano, com redução de 2,1% frente a abril.
Com esses resultados, as exportações de janeiro a maio somaram US$ 72 bilhões, 28,7% acima de igual período do ano anterior. O aumento do minério de ferro e a valorização das cotações internacionais de produtos básicos levaram o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) a revisar a meta de exportações para este ano. Dos US$ 168 bilhões originais, a projeção passou para US$ 180 bilhões, um acréscimo de 17,6% sobre o total embarcado em 2009.
As importações acumuladas nos cinco primeiros meses de 2010 totalizaram US$ 66,476 bilhões, aumento de 42,5%. Com isso, o saldo comercial entre janeiro e maio encolheu para US$ 5,617 bilhões, 40,2% menor que os US$ 9,304 bilhões contabilizados em igual período de 2009.
O secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, manifestou preocupação com a vinculação das exportações brasileiras - principalmente as de produtos básicos - à oscilação dos preços internacionais. "O risco é de dependência grande dos preços mundiais", afirmou. Nos nichos de negócios de produtos manufaturados, a concorrência é maior. "Para competir nos EUA e Europa, temos que ter mais competitividade. Não há milagre", reiterou, citando como entraves o dólar desvalorizado, os custos com logística e a tributação.
Do total exportado entre janeiro e maio, US$ 19,327 bilhões corresponderam a petróleo (alta de 208% em relação a idêntico período de 2009), minério de ferro (alta de 11,6%) e soja em grão (alta de 11,6%). Por categoria, os embarques de produtos básicos cresceram 36%, enquanto os produtos semimanufaturados e manufaturados avançaram 35,8% e 19,4%, respectivamente.
Por mercado consumidor, a China foi o maior comprador de produtos brasileiros (US$ 10,6 bilhões), seguida por Estados Unidos (US$ 7,3 bilhões) e Argentina (US$ 6,3 bilhões).
Na importação, foram ampliadas as compras no exterior de todas as categorias de produtos: bens de capital (US$ 14,630 bilhões, com alta de 21,5%), matérias-primas (US$ 31,363 bilhões, aumento de 46,5%), bens de consumo (US$ 11,250 bilhões, alta de 47,2%) e combustíveis e lubrificantes (US$ 9,503 bilhões, com acréscimo de 64,7%). Entre os produtos, as compras de automóveis subiram 75% e atingiram US$ 2,853 bilhões no período.
Em maio, especificamente, a importação registrou a primeira retração representativa. Em março, as compras feitas no exterior ficaram, pela média diária, ligeiramente menores (US$ 654,8 milhões ante US$ 655,8 milhões). No mês passado, recuo foi mais intenso, 2,1% pela média diária das compras em decorrência de menos aquisições feitas no exterior de combustíveis, matérias-primas e bens intermediários. Para Barral, ainda é prematuro concluir que a queda das importações em maio configura uma tendência.
Fonte: Valor Econômico/ Luciana Otoni, de Brasília
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