As exportações totais de carne bovina (in natura + processada) nos 12 meses de 2023 apresentaram alta de 8,15% em volume em comparação a 2022. Já a receita teve queda de 17,15% no período. Os números são da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), com base nos dados compilados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Segundo a Abrafrigo, em 2022 a receita com as exportações foi de US$ 13,09 bilhões e em 2023 este valor caiu para US$ 10,845 bilhões. No volume, foram exportadas 2,34 milhões de toneladas do produto em 2022 e, em 2023, a movimentação alcançou 2,53 milhões de toneladas. A queda na receita foi provocada por preços médios menores praticados nos principais países importadores. No caso da China, responsável por metade da carne bovina exportada pelo Brasil, a queda foi de 25,43% em 2023, para US$ 4.761 por tonelada, frente ao ano anterior.
PUBLICIDADE
No caso dos EUA, segundo maior comprador da carne bovina brasileira no mercado internacional, a queda em 2023 foi de 38%, para US$ 3.121/ton. No geral, o preço médio da carne bovina exportada pelo Brasil em 2023 foi de US$ 4.277/ton., em comparação com os US$ 5.583/ton. obtidos em 2022.
A recuperação no volume se acentuou em dezembro. Em 2022, o Brasil exportou 186,03 mil toneladas no mês e, em 2023, no mesmo período, foi a 282,51 mil toneladas, um crescimento de 52%. A receita também aumentou no mês: de US$ 850 milhões em 2022 para US$ 1,090 bilhão em 2023, com alta de 28%, mas não foi suficiente para recuperar a queda anual. Os preços médios também caíram em dezembro. Em 2022, o Brasil obteve US$ 5.582 por tonelada neste mês. Em 2023, o valor caiu para US$ 3.861 por tonelada.
A China continua como o maior cliente do produto brasileiro, embora com uma pequena queda de 3,2% na importação total em relação ao ano anterior. Em 2022, a China comprou 1,24 milhão de toneladas (53,3% do total) com receita de US$ 7,974 bilhões (60,9%). Em 2023, as aquisições foram de 1,2 milhão toneladas (47,7% do total) com receita de US$ 5,754 bilhões (53,1%), ou seja, queda de 27,8% na arrecadação de divisas com preços médios de US$ 6.384 em 2022 e de US$ 4.761 em 2023.
Os Estados Unidos consolidaram a segunda posição entre os 20 maiores importadores da carne bovina brasileira com um crescimento surpreendente de 81,7% no volume adquirido e de 12,7% na receita em 2023. Em 2022 os norte-americanos importaram 196,94 mil toneladas com receita de US$ 991 milhões. Em 2023 aumentaram suas aquisições para 357,82 mil toneladas, com receita de US$ 1, 116 bilhão. Os preços médios, no entanto, caíram de US$ 5.032 por tonelada em 2022 para US$ 3.121 por tonelada em 2023.
Na terceira posição entre os 20 maiores compradores está o Chile. Em 2022 o país comprou 79,42 mil toneladas com receita de US$ 395,9 milhões. Em 2023 importou 100,46 mil toneladas (+ 26,5%), com receita de US$ 487,7 milhões (+23,2%). No quarto lugar veio Hong Kong, com importações de 95,87 mil toneladas e receita de US$ 322,9 milhões em 2022 e movimentação de 119,29 mil toneladas (+24,4%) com receita de 371,1 milhões em 2023 (+11,5%).