Os embarques de suco de laranja do país somaram 223,7 mil toneladas entre julho e setembro, os três primeiros meses da safra 2020/21, e renderam US$ 316,7 milhões, segundo dados divulgados há pouco pela CitrusBR, que representa as grandes indústrias exportadoras do produto brasileiro (Citrosuco, Cutrale e Louis Dreyfus Company). Em relação ao mesmo período da temporada passada, o volume caiu 26% e o valor das vendas foi 40,1% menor.
Em nota, o diretor-executivo da entidade, Ibiapaba Netto, diz que parte da retração pode ser explicada pela grande colheita de laranja no cinturão formado por São Paulo e Minas Gerais na safra 2019/20, que deu origem a uma produção de 1,2 milhão de toneladas de suco, 37,4% maior que no ciclo anterior.
PUBLICIDADE
“Com essa grande produção foi possível recompor os estoques, que estavam bastante baixos nesse mesmo período do ano passado. Isso exigiu uma movimentação maior de suco do Brasil para o exterior, onde o suco é vendido, e isso explica o porquê de neste ano os embarques estarem mais baixos”, afirma.
Como já informou o Valor, em 30 de junho de 2019 os estoques globais de suco de laranja em poder das empresas associadas à CitrusBR somavam 253,2 mil toneladas, volume que subiu para 471,1 mil toneladas no fim do primeiro semestre deste ano.
Segundo Netto, “devido à bieanaliade da citricultura, que alterna anos de maior e menor produção, esse fenômeno tem sido comum. Depois de anos de colheitas maiores, as exportações são mais intensas nos meses iniciais das safras [seguintes].
Ele afirma que isso não significa que a forte queda observada entre julho e setembro será uma tendência para toda a temporada 2020/21. “Mas indica, por enquanto, uma necessidade menor de ser transferir produto para os pontos de venda mundo afora”.
Conforme a CitrusBR, as vendas para a União Europeia, principal destino do suco de laranja no exterior, atingiram 140,7 mil toneladas no primeiro trimestre deste ciclo 2020/21, 17,6% menos que em igual intervalo da temporada. A receita recuou 51,6%, para US$ 196,9 milhões.
Para os EUA, foram 42,5 mil toneladas, um aumento de 15,7%, mas o valor das vendas diminuiu 8,8%, para US$ 52,8 milhões. Para o mercado japonês os embarques cresceram 61,7%, para 22 mil toneladas, mas o valor caiu 36,5%, para US$ 14,7 milhões. E para a China o volume foi 5,8% menor (9,4 mil toneladas) e a receita registrou queda de 80%, para US$ 1,5 milhão.
Todos os números incluem tanto as exportações de suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) quanto as de suco pronto para beber (NFC).
Fonte: Valor