Brasília – A alta do preço internacional de bens primários e o aumento do consumo e dos investimentos no país fizeram as exportações e as importações voltarem aos níveis registrados antes da crise financeira mundial, em 2008. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as exportações, em agosto, tiveram o melhor resultado mensal desde setembro de 2008, e as importações atingiram o nível mais alto desde outubro do mesmo ano.
No mês passado, o Brasil exportou US$ 19,236 bilhões e importou US$ 16,796 bilhões, resultando num saldo comercial de US$ 2,440 bilhões. As importações, no entanto, cresceram 48,6% em relação a agosto do ano passado, enquanto as exportações aumentaram 32,7%.
Segundo o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral, o crescimento das vendas externas pode ser explicado pelo aquecimento da economia, principalmente dos países em desenvolvimento. O principal fator que beneficia as exportações, no entanto, é a alta de preço das commodities (bens primários com cotação no exterior) no mercado internacional.
O produto que mais puxou o saldo comercial para cima, em agosto, foi o minério de ferro, cujo valor exportado aumentou 228%. A quantidade vendida aumentou 28,1% no período, mas os preços subiram com maior intensidade: 168,2%. O fenômeno também ocorreu com a celulose, cujo preço subiu 47,3% e a quantidade manteve-se inalterada no último mês.
Em relação às importações, as compras de bens de capital (máquinas e equipamentos usados na produção) saltaram 71,9% em agosto, na comparação com o mesmo mês de 2009. De acordo com Barral, esse desempenho se deve principalmente à aquisição de maquinário por siderúrgicas que estão se instalando no país. “Os projetos de investimentos estão se confirmando e os rumores sobre desindustrialização (por causa do dólar barato) não se verificam”, acrescentou o secretário.
O desempenho das importações de capital no mês não mudou a tendência para o ano. Nos oito primeiros meses de 2010, as importações de bens de capital cresceram 36,4%, em ritmo menor que as compras de bens de consumo, que aumentaram 50,7%.
Segundo o secretário, o Natal também contribuiu para o aumento das importações em agosto. “As importações relacionadas ao Natal se concentram em agosto e setembro porque as mercadorias são distribuídas para as indústrias e para as lojas nos meses seguintes”, explicou. As compras de bebidas do exterior, destacou, cresceram 77% e as compras de produtos alimentícios avançaram 39% sobre agosto do ano passado.
Fonte: Correio Braziliense/Agência Brasil
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