Um acréscimo de US$ 7,6 bilhões em relação ao mesmo período de 2012 possibilitou que o Rio Grande do Sul acumulasse US$ 23,9 bilhões em exportações de janeiro a novembro de 2013. O resultado histórico corresponde a uma alta de 46,9% no valor de evolução de vendas externas gaúchas e supera a média nacional (- 0,7%) e de estados como São Paulo (-5,2%), Minas Gerais (0,6%) e Rio de Janeiro (- 28,1%). De acordo com o economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE) Guilherme Risco, boa parte deste desempenho está vinculada à safra recorde de soja, enviada principalmente para a China, e ao embarque de três plataformas de petróleo em Rio Grande, que supriram demandas do Panamá (US$ 2,8 bilhões) e na Holanda (US$ 1,94 bilhão).
Em novembro, as exportações gaúchas alcançaram o valor de US$ 2,6 bilhões, o que representou um aumento de US$ 1,4 bilhão (119,8%) em relação ao ano anterior. Neste período, a China se manteve como primeiro destino comprador, seguida por Estados Unidos e Argentina.
Em comparação a outros estados, o Rio Grande do Sul ocupou o terceiro lugar no ranking de participação em vendas externas de janeiro a novembro, ficando atrás de Minas Gerais (US$ 30 bilhões) e São Paulo (US$ 51 bilhões), e ultrapassando o Rio de Janeiro (US$ 18 bilhões). “O Brasil como um todo teve queda de exportações, com desempenho fraco”, comparou Risco, ao divulgar os dados levantados pela entidade. O economista chama a atenção de que, apesar do “excelente” ano para as exportações no Estado, “ficará difícil manter” este crescimento expressivo a partir de 2014, uma vez que a base de comparação foi baixa, devido ao mau desempenho da safra agrícola em 2012.
O bom preço da soja no mercado internacional explica por que o Rio Grande do Sul levou vantagem nas vendas para o exterior, se comparado com outros estados. “Outros produtos que a China compra, como minério de ferro e derivados do petróleo, estão com desempenho bem mais fraco”, pontuou Risco. Também a variação do volume de exportações do Rio Grande do Sul nos primeiros 11 meses do ano superou a do nível médio do País (3,5%), correspondendo a 17,7%.
Em novembro, uma nova plataforma de petróleo no porto do Rio Grande foi a principal mola propulsora do desempenho gaúcho, que contou com o reforço de outros setores que apresentaram recuperação no decorrer de todo o ano. Na indústria de transformação, foram comercializados US$ 2,5 bilhões no Estado, o que representou uma variação de 25,5% em volume e 96% de participação do total de exportações. No acumulado do ano, este segmento cresceu US$ 5,3 bilhões, alcançando o valor de US$ 18,6 bilhões. Já a agropecuária inflou o desempenho em US$ 2,4 bilhões, somando US$ 5 bilhões de janeiro a novembro. Destes, US$ 4,2 bilhões foram da comercialização de soja - sendo que US$ 3,6 bilhões (85,3%) deste produto foram comprados pela China. Também o milho registrou boas vendas, com acréscimo de 853% em volume e ultrapassando os US$ 245 milhões.
Dentro da indústria da transformação, em novembro os equipamentos de transporte representaram 20% de participação do total exportado pelo Estado. Outros segmentos registraram alta, como os produtos químicos (12,1%), derivados do petróleo (161%), veículos automotores (18,2%), fumo (6,3%), couros e calçados (11,7%). Produtos alimentícios, máquinas e equipamentos, e produtos de metal tiveram um decréscimo de US$ 365 milhões. No setor de alimentos, as exportações de óleo de soja e arroz registraram queda de US$ 194,3 milhões. Na avaliação do coordenador do Núcleo de Pesquisa da FEE, Adalberto Maia, o desempenho do Estado foi “espetacular”, se considerado o cenário internacional, que ainda se recupera da crise.
Fonte: Jornal do Commercio (POA)/Adriana Lampert
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