Exportadores brasileiros de alimentos estão preocupados com os efeitos da maxidesvalorização cambial na Venezuela, que na semana passada "unificou" as duas cotações do dólar em relação à moeda local, o bolívar. As empresas brasileiras vinham se beneficiando da taxa favorável aplicada às importações de primeira necessidade. Como resultado da decisão governamental, importadores venezuelanos já suspenderam o fechamento de novos negócios para a compra de gado vivo. Mas a avaliação dos brasileiros é que os efeitos sobre as vendas não devem ser grandes, já que o país depende bastante dos importados por não ter produção local.
O Brasil é um importante fornecedor de gado, açúcar e frango congelado para os venezuelanos - itens que representam quase 40% das exportações para o país e que no ano passado somaram aproximadamente US$ 1,5 bilhão.
Hoje toma posse em Caracas a nova Assembleia Nacional da Venezuela, com presença forte da oposição, mas "desidratada" por causa dos poderes excepcionais conferidos ao presidente Hugo Chávez e pela diminuição do número de sessões - ela só vai se reunir quatro vezes por mês pelo menos até meados de 2012. Dos 165 deputados da Assembleia unicameral, 98 são chavistas. O governo não terá maioria qualificada de dois terços para aprovar reformas constitucionais como vinha fazendo até agora. O bloco de oposição ficou com 67 cadeiras.
Fonte: Valor Econômico/Alda do Amaral Rocha e Rodrigo Uchoa | De São Paulo
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