O incêndio na unidade de destilação, responsável por cerca de metade da produção de combustíveis da Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, no último dia 15, foi por falta de manutenção adequada na tubulação que explodiu. A informação é de Luciano Leite Santos, técnico de Operação Industrial da Reduc, diretor do Sindipetro Caxias e que participa do Grupo de Trabalho (GT) da refinaria, que está apurando as causas do acidente.
Apesar de grave, o incêndio na refinaria não deixou feridos. A Petrobras está acelerando os trabalhos de reparo das instalações para poder reiniciar a operação da unidade nas próximas semanas. A Reduc está operando com cerca de 50% de sua capacidade.
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De acordo com Luciano Santos, além da falta de manutenção adequada na tubulação, a investigação está apontando para um possível erro no material usado na tubulação da unidade até torre de destilação.
- Pela característica do acidente, foi falta de um olhar da inspeção de equipamentos para determinar a troca do trecho da tubulação quando a unidade estava parada para manutenção em 2017. Pelo que se verificou, alguma etapa lá atrás não foi verificada. Quando ocorreu a explosão, o óleo combustível jorrou a uns 30 metros de altura, e tinha trabalhadores próximos, foi sorte não terem sido atingidos. Do jeito que abriu a tubulação, foi realmente negligenciada a inspeção - destacou Luciano Santos.
A Petrobras garantiu, contudo, que o incêndio foi causado por um vazamento na tubulação do bombeio de óleo combustível.
Sobre a manutenção da unidade em 2017, a Petrobras garantiu que “foram realizadas todas as ações de manutenção necessárias, levando em conta a legislação, os resultados das inspeções realizadas e a vida útil remanescente dos equipamentos.”
A companhia acrescentou que para garantir a segurança em suas operações, a refinaria realiza inspeções periódicas para avaliar a integridade de seus equipamentos “e efetua a manutenção preventiva e corretiva sempre que necessário, observando todos os requisitos legais pertinentes e respeitando os prazos estabelecidos por norma regulatória (NR13).”
Segundo o diretor da Federação Única dos Petroleiros (FuP) Simão Zanardi, o relato do diretor do Sindipetro mostra que o incêndio não ocorreu pela abertura de um flange (equipamento que une as tubulações) ou vazamento de válvula.
- A linha(tubulação) por falha da inspeção de equipamentos e de manutenção não foi trocada na parada para manutenção em 2017. E, devido à política contenção de custos da empresa, a inspeção de equipamentos que cuida da integralidade dos equipamentos não está atuando. - destacou Zanardi.
Fonte: O Globo