A falta de chuvas vem frustrando as expectativas dos produtores de milho do Paraná de realizarem o plantio o mais cedo possível, disse nesta terça-feira o Departamento de Economia Rural (Deral).
Segundo estimativa desta terça-feira (18) do órgão vinculado ao governo do Estado, cerca de 10 por cento da área prevista já foi semeada, 1 ponto percentual acima da média para este momento nas últimas três safras de verão.
"A expectativa do produtor era ter adiantado um pouco mais o trabalho de plantio este ano", disse Marcelo Garrido, economista do Deral.
"O milho que é plantado mais cedo tem rendimento melhor", acrescentou.
Segundo Garrido, os produtores buscam também antecipar o plantio para evitar que a colheita ocorra ao mesmo tempo que a da lavoura de soja.
"Quem está plantando, está arriscando", completou o economista, lembrando que até agora houve chuvas insuficientes para deixar o solo em condições de semeadura.
O Deral estima uma área plantada de 852 mil hectares nesta safra de verão, um recuo de 13 por cento ante a área plantada em 2011/12, com produtores dando preferência para a soja.
"Em termos de produtividade é cedo para falar se vai ter problema na época da colheita, com relação à qualidade ou à produtividade. Quem plantou agora, se a chuva não vier, pode ter que fazer replantio."
O Deral projeta que chuvas mais fortes cheguem ao Paraná nesta quarta-feira, permitindo maior avanço do plantio.
Oficialmente, o milho pode ser semeado no Paraná desde o final de agosto.
No total das duas safras de milho, o Brasil pode colher mais de 76 milhões de toneladas de milho em 2012/13, segundo a consultoria Céleres.
"A soja vem com rentabilidade melhor. Se a região é apta, o produtor optou pela soja", disse Garrido.
Para a soja, o Deral projeta um plantio de 4,565 milhões de hectares, a maior área da história do Paraná, aumento de 4 por cento ante o que foi plantado no verão anterior.
De acordo com o zoneamento agrícola oficial, o plantio de soja pode começar, em alguns municípios do Paraná, a partir de 20 de setembro.
Já em Mato Grosso, único Estado que supera o Paraná no cultivo da oleaginosa, a falta de chuvas até o início da semana estava impedindo o início efetivo dos trabalhos semeadura.
Fonte: Reuters / Gustavo Bonato
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