Brasília. O presidente da Federação de Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, se encontrou nessa sexta-feira (29), com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para pedir apoio da equipe econômica para a normalização do crédito às empresas e o retorno do Reintegra para as companhias exportadoras como forma de compensar a valorização do real frente ao dólar. O executivo reiterou o apoio da indústria paulista à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do teto de gastos e enfatizou a posição do empresariado contrária a qualquer hipótese de aumento de impostos.
Após o encontro, Skaf disse que apresentou ao ministro as preocupações da Fiesp com a retomada do crescimento e lembrou que cada um ponto porcentual de incremento do Produto Interno Bruto (PIB) equivale a um ponto e meio de alta na arrecadação de tributos federais.
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"As instituições financeiras, mesmo as oficiais, estão muito retraídas. Expus ao ministro a necessidade de normalizar o mercado de crédito para as empresas. Não digo nem aumentar o crédito, mas manter o atual patamar, porque o que estamos vendo é uma queda nos financiamentos", afirmou.
Setor exportador
O presidente da Fiesp também levou ao ministro Henrique Meirelles preocupações do setor exportador diante da recente valorização do real em relação ao dólar. "A valorização do real tem um limite que rouba a competitividade das exportações e o câmbio tende a se valorizar ainda mais com os fatores positivos que virão nos próximos meses", analisou. Por isso, o que a Fiesp propõe é que o governo retome o Reintegra para a compensação de tributos em até 3%, que é o limite da lei do programa. Hoje, essa compensação está em 0,1% e havia promessa de aumentar a partir de janeiro.
"O Reintegra não é uma renúncia fiscal, mas uma compensação dos tributos de produtos exportados. Hoje os tributos embutidos na média são 5,60% do valor dos produtos e a nossa sugestão é abater 3%", disse Skaf. De acordo com ele, o ministro Henrique Meirelles ficou de estudar a proposta.
Corte de gastos
O executivo reiterou ainda o apoio às medidas de corte de gastos pretendidas pela equipe econômica do governo interino de Michel Temer e enfatizou ser contra qualquer aumento de impostos. "A nossa posição é radical: o governo tem que apertar o cinto, vender estatais, acabar com desperdícios e eliminar a corrupção. Em hipótese alguma aceitaremos aumento de impostos", completou Skaf.
Fonte: Diario do Nordeste(CE)