O Fundo Monetário Internacional elevou ontem a sua previsão de crescimento econômico para a China neste ano, mas alertou que o sistema financeiro do país corre riscos devido à rápida expansão do endividamento.
O aumento de 0,3 ponto percentual, para 7,5%, estimado pelo FMI em sua previsão de crescimento da China pode ajudar a tranquilizar os investidores, preocupados com o risco de a segunda maior economia do mundo estar se desaquecendo muito abruptamente.
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A previsão é coerente com a meta de crescimento oficial para este ano definida pelo Partido Comunista, que governa o país, e seria a maior expansão entre todas as grandes economias. Mas está bem abaixo dos níveis de dois dígitos vistos na década passada e poderá ampliar os riscos de perdas de emprego, com perigosas consequências políticas.
O FMI advertiu que a China está diante dos riscos gêmeos de uma inesperada forte desaceleração e de "crescentes vulnerabilidades" em seu sistema financeiro. O Fundo disse que os dois fatores poderão repercutir na região.
O FMI citou o rápido crescimento do crédito disponibilizado por diferentes fontes que não são bancos tradicionais. O Fundo disse ainda que os ativos de tais financeiras cresceram até o equivalente a 25% do Produto Interno Bruto (PIB) anual do país. "Isso representa uma grave fonte de risco sistêmico", disse o FMI.
As autoridades chinesas vêm tentando esfriar o crescimento do crédito sem fazer a economia perder sustentação. Em marco, o volume total de crédito ficou 16,8% maior do que um ano antes.
A advertência do FMI corrobora o que dizem economistas do setor privado, para os quais o rápido aumento dos níveis de endividamento na China é semelhante ao de outros países em desenvolvimento que, em seguida, sofreram crises financeiras.
A dívida total do governo e do setor privado chineses cresceu para 207% do PIB em 2012, ou seja, um aumento de 62% em relação a 2008, de acordo a Nomura.
O relatório exortou Pequim a avançar rumo a seu objetivo de reequilibrar a economia, levando-a a um crescimento autossustentável baseado no consumo doméstico e distanciando-a da dependência em relação a investimentos.
Fonte: Valor Econômico/ Joe McDonald | Associated Press