São Paulo - Mesmo tendo fechado o primeiro trimestre de 2011 com queda de 29% do lucro líquido, a Gerdau anunciou ontem que deu início a novos estudos técnicos para a instalação de uma usina na Região Centro-Oeste e outra na Norte-Nordeste. Voltadas para o abastecimento da construção civil e da indústria, cada uma terá capacidade de produção de até 700 mil toneladas de aço por ano.
A maior fabricante de aços longos da América também avalia a implantação de um laminador no sul do Brasil para fabricar até 600 mil toneladas por ano. Somente os produtos do último empreendimento foram divulgados pelo grupo. "A produção será destinada para a confecção de vergalhões e rolos", afirmou o diretor presidente da empresa, André Gerdau Johannpeter.
A América do Norte está cotada para receber uma unidade de aços especiais com capacidade instalada de 700 a 800 mil toneladas, mas para o suprimento da região norte do continente. Por estar em fase de detalhamento, nenhum valor dos investimentos futuros foi revelado.
No trimestre, a Gerdau obteve lucro líquido de R$ 409 milhões, sendo que de janeiro a março do ano anterior o valor total do lucro foi da ordem de R$ 573 milhões. De acordo com o executivo, "o decréscimo é reflexo do aumento de 30% nos custos das vendas e de descontos concedidos para o mercado interno". Ante o último trimestre de 2010, quando a companhia registrou ganhos de R$ 420 milhões, o recuo foi de 3%.
Os mesmos fatores apontados por Johannpeter ocasionaram na semana passada a queda de lucro da Usiminas, líder na produção de aços planos no continente. A siderúrgica mineira divulgou ganhos de R$ 16 milhões ao longo do trimestre, queda de 96%. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) também teve resultados de volume financeiro abaixo do esperado em decorrência dos custos de matéria-prima e importação do aço.
O executivo da Gerdau, no entanto, afirmou que o momento é de otimismo, pois o valor de vendas físicas foi o melhor desde o fim de 2008, quando estourou a crise econômica mundial. Ao todo, as vendas físicas atingiram 4,7 milhões de toneladas, 16% a mais que o primeiro trimestre do ano passado. A produção consolidada de aço também foi de 4,7 milhões de toneladas.
"Mesmo com o cenário de preços dos insumos, prevemos estabilidade de receita e produção em nossas unidades com projeção de melhorias para os próximos meses tanto que temos projetos de expansão das operações", afirmou Johannpeter.
Além das perspectivas de novas instalações até 2013, a Gerdau divulgou que pretende injetar recursos de R$ 718 milhões em São Paulo. Pindamonhangaba terá a usina de aços especiais expandida e o município terá uma fábrica nova de produtos focados para a construção civil. A usina de Araçariguama receberá parte do investimento para melhorias.
"O que estimula as aplicações é o aumento da demanda do setor automotivo e o de construção civil no estado", acrescentou Johannpeter. A previsão produção de 3,7 veículos ao longo de 2011 aumenta as expectativas de consumo de aço.
Oferta
Durante a teleconferência realizada ontem, a Gerdau negou que utilizaria os R$ 4 bilhões em caixa para a compra de ações ordinárias, com direito a voto, da Usiminas. A empresa reforçou que a oferta de ações, no valor de R$ 5 bilhões, feita ao longo do trimestre teve o intuito de pagar dívidas e gerar receita para os investimentos dos próximos anos.
Em meados de abril deu-se a liquidação financeira da oferta de distribuição pública das ações que culminou com a entrada de R$ 3,6 bilhões nos cofres da Gerdau, dos quais R$ 2,1 bilhões foram para quitar dívidas.
Fonte: DCI/Fonte: DCI/Caio Luizagências
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