A Gerdau negocia com o sindicato de Calvert, no Estado americano de Kentucky, o possível fechamento temporário da usina que possui na cidade, confirmou ontem a empresa. As conversas com o United Steelworkers, representante dos trabalhadores, têm como objetivo suspender as atividades até o fim de novembro.
Segundo o grupo gaúcho, com atuação significativa na América do Norte, a unidade enfrenta grandes problemas de perda de competitividade, em um ambiente já mais deteriorado para a siderurgia global. Como a usina não possui uma aciaria, perdeu eficiência em economia de custos.
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A Gerdau tem aumentado esforços em suas operações para conseguir ganhar rentabilidade em meio à crise do setor. Os preços internacionais despencaram até o fim do ano passado - em 2016, há alguma recuperação - e no Brasil a demanda minguou, levando a níveis de consumo antes vistos apenas dez anos atrás.
Como parte desse programa, a companhia avalia o desempenho e as perspectivas de cada ativo. A racionalização da carteira pode incluir, segundo a diretoria, desligamentos de usinas, fechamentos parciais, fusões, joint ventures e até mesmo alienação de parcelas de negócios ou ativos inteiros.
Sobre a usina Calvert, a empresa informou que "foram feitas várias tentativas nos últimos anos para tornar a unidade bem-sucedida". "Infelizmente, os esforços não levaram a um aumento da competitividade em custos", completa o comunicado. A usina faz parte da Gerdau Ameristeel.
O prefeito da cidade informou a uma rede de TV local que a unidade seria fechada, com perda de mais de cem postos de trabalho.
As ações preferenciais da Metalúrgica Gerdau, holding controladora, terminaram ontem em alta de 7,7%, a maior do Ibovespa, para R$ 3,92. Os papéis PN da Gerdau S.A. subiram 3,4%, para R$ 9,92. São os maiores níveis desde julho e maio de 2015, respectivamente.
Fonte: Valor Econômico/Renato Rostás | De São Paulo