O governo anunciou ontem, quarta-feira (5/12), mais medidas de estímulo ao crescimento econômico, inclusive com a redução da Taxa Básica de Juros de Longo Prazo (TJLP), mas acabou elevando os juros para algumas linhas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Agora, o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que terminaria no dia 31 de dezembro próximo, valerá ao longo de 2013 todo, contará com linhas que somarão R$ 100 bilhões e poderá ser usado para as operações de leasing. Mas, ao mesmo tempo, os juros de algumas linhas do programa serão elevadas no próximo ano.
É o caso da linha para aquisição de máquinas e equipamentos, cujas taxas passarão de 2,5% ao ano para 3% ao ano no primeiro semestre de 2013, expandindo-se ainda para 3,5% no segundo.
No final de agosto, o governo havia estendido o PSI até 31 de dezembro deste ano, envolvendo juros reais - descontados a inflação - negativos. Até aquele momento, as taxas estavam em 5,5% ao ano.
Segundo o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, elevar os juros agora foi necessário para abrir espaço para que empresas de menor porte tenham acesso às linhas. Isso porque, argumentou, as taxas menores dificultavam o spread para elas.
Questionado sobre se essa decisão envolvia também a necessidade de evitar mais gastos para o governo, Coutinho respondeu: "Não há contradição em estimular investimentos e alcançar resultados fiscais satisfatórios".
O governo também decidiu reduzir a TJLP, usada nos financiamentos do BNDES, de 5,5% para 5% a partir de janeiro do próximo ano.
Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, as ações são necessárias com o objetivo de fazer o investimento crescer 8% em 2013.
"O investimento vai começar a reagir no quarto trimestre", afirmou o ministro.
Mantega disse ainda que, do total de R$ 100 bilhões que está sendo disponibilizado para o PSI, R$ 85 bilhões irão do BNDES e, por isso, afirmou que "provavelmente" o Tesouro terá de fazer novos aportes no banco de fomento ao longo do próximo ano.
Os R$ 15 bilhões restantes virão do setor bancário e, para isso, o governo decidiu liberar a mesma quantia em compulsórios para os bancos.
Fonte:Brasil Econômico/ Tiago Pariz/Reuters
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