Tradicional empresa do setor de locação de equipamentos e transporte pesado, a Tomé tem lucrado ultimamente é com a montagem industrial. Em 2000, a área de engenharia da empresa faturou R$ 7 milhões, mas este ano a projeção é fechar com receita de R$ 500 milhões, passando a ombrear com as grandes do setor. Para isso, conta com o ritmo de investimentos da Petrobras, para quem já monta plataformas e refinarias, e com as novidades no ramo - como a chegada dos novos parques eólicos.
Unindo as áreas de transporte, equipamentos e engenharia, a empresa espera faturar R$ 800 milhões este ano - frente a R$ 450 milhões do ano passado. A improvável meta de dobrar a receita de um ano para o outro está quase cumprida, diz o presidente da Tomé Engenharia, Carlos Alberto Oliveira e Silva. Na área de engenharia, diz, estão a poucos milhões da meta, com metade do ano pela frente para fechar contratos que completem a diferença.
Criada como uma transportadora nos anos 70 por Laércio Tomé, a empresa passou por uma reestruturação no fim do ano passado - promovida pelo próprio dono - separando a área de montagem industrial do resto do negócio. A criação de duas empresas deve servir para dar mais liberdade de atuação para ambas: a de transporte e equipamentos pode prospectar mais clientes, inclusive na concorrência da Tomé Engenharia, que também fica livre, no seu balanço, das pesadas exigências de capital do outro negócio. A Tomé Equipamentos e Transportes segue tendo na presidência o fundador da empresa.
A meta da divisão de transportes e equipamentos pesados é chegar a R$ 300 milhões este ano e a R$ 540 milhões até 2014. A meta foi traçada no ano passado, junto com a determinação de reinvestir todo o lucro da empresa no aumento da frota, hoje de 190 guindastes e mais 700 outros equipamentos, como caminhões e carregadores de contêineres. No total, os ativos somam R$ 450 milhões.
Segundo o diretor operacional da Tomé Transportes e Engenharia, Washington Luiz de Moura, o investimento este ano deve chegar a R$ 120 milhões e a capacidade de içamento somada dos guindastes, a 76 mil toneladas até 2014 - hoje, é de 30 mil toneladas. Assim, ela chegaria à escala atual da líder do mercado, a Locar. O crescimento da empresa é previsto segundo o aumento da oferta de capacidade - a demanda pelo serviços, diz o executivo, é dada como certa. O volume de propostas abertas no mercado hoje chega a R$ 1,8 bilhão.
Segundo Carlos Oliveira, na área de engenharia os investimentos da Petrobras, hoje responsável por 60% dos contratos da, deve garantir a expansão da empresa no ano que vem, mas a previsão é de crescimento moderado de 2011 em diante. "No nosso ramo a questão é mão de obra qualificada, e o mercado está complicado ", diz o executivo. Este ano foram contratados 20 engenheiros sênior para a Tomé.
A empresa tem grandes contratos em siderurgia - como a montagem de uma laminadora para a Vallourec & Sumitomo em Minas, por R$ 120 milhões -, de módulos para plataformas e equipamentos para refinarias. Na Abreu e Lima, em Pernambuco, tem um contrato de R$ 740 milhões para construir 62 tanques de armazenamento.
Em energia eólica, a empresa está finalizando a montagem de 182 torres no Ceará, para a indiana Suzlon, que produz os equipamentos - contrato que rendeu à Tomé R$ 90 milhões. No último leilão de parques eólicos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) foram colocados no mercado mais 10 megawatts (MW) em capacidade de geração, que demandarão a construção de mais 1,2 mil torres.
Fonte: Valor Econômico/ Fernando Teixeira, de São Paulo
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