A valorização do aço no mercado internacional, impulsionada pela escalada das matérias-primas, ainda é insuficiente para ajudar a siderurgia nacional a promover novos reajustes. Mas o fortalecimento do real traz de volta a ameaça da importação. A bobina a quente chinesa registra alta de 12% em 2017, enquanto nos EUA há avanço de 4%. Contudo, o dólar recuou 6,5% no período.
Segundo fonte do mercado, o enfraquecimento do dólar e os reajustes de janeiro levam o produto nacional a nível alto demais. O prêmio sobre importados está entre 20% e 25%, acima da faixa de 10% a 15% considerada saudável para a concorrência. Na sexta-feira, Sergio Leite, vice-presidente comercial da Usiminas, disse que o prêmio está entre 10% e 15% e não teme crescimento expressivo da importação.
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Com o preço maior, a fonte lembra que começa a ser mais interessante para alguns clientes recorrer a compras do exterior. Além disso, com maior disponibilidade de crédito e a economia nacional se estabilizando, importadores estão com as finanças mais controladas e começam a retomar a atividade.
"Hoje, a maioria das importadoras é grande e mais sólida financeiramente, então consegue se comprometer um pouco mais com compras de lotes do exterior", disse. "No caso de chapas grossas e laminados a quente, não é atrativo devido ao antidumping contra Rússia e China. Já laminados a frio podem sofrer concorrência."
Dados do Instituto Aço Brasil, mostram que a importação cresceu 99% em janeiro, em comparação anual, para 209 mil toneladas. Sua participação no consumo aparente passou de 10% para 14%, enquanto as vendas internas subiram 0,2%, para 1,2 milhão de toneladas. O consumo subiu 7,9%, a 1,4 milhão de toneladas. A exportação atingiu 1,03 milhão de toneladas, mais 23,8%.
Fonte: Valor