Reunidos em congresso no Rio de Janeiro, empresários do setor avaliam que o pior já passou e dizem ver no Brasil "vontade política" para sair da crise. Expectativa é de crescimento de 3,8% no País e 3,6% na América Latina
O presidente da Associação Latino-Americana de Aço (Alacero), Jefferson de Paula, vê com boas perspectivas o próximo ano, inclusive para o Brasil. Para ele, o cenário econômico mundial mostra sinais de recuperação para a economia e para a indústria do aço, em especial. Ele trabalha com projeção de crescimento de consumo de aço no Brasil em 3,8% em 2017.
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A análise inclui a previsão de que a América Latina irá consumir 64,8 milhões de toneladas de aço em 2016. O volume é 6,5% menor do que o registrado em 2015. Contudo, deverá fechar 2017 com crescimento de 3,6%, ante 2016. O aumento se explicaria pela expectativa de avanços significativos no consumo de aço nos principais mercados da região: Argentina (5,8%), Colômbia (3,9%), Brasil (3,8%) e México (3,2%).
O caso brasileiro, conforme Jefferson, oferece expectativas animadoras, “apoiadas por uma vontade política disposta a sair da crise”. Ele concedeu entrevista coletiva na 57ª edição do Congresso Latino-Americano do Aço (Alacero), a ser encerrado nesta quarta-feira no Rio de Janeiro. Jefferson também é o CEO da ArcelorMittal Aços Longos para a América Central e do Sul.
No ano passado, o Brasil viu sua indústria do aço diminuir de tamanho e regredir aos níveis de 2006 e 2007. “Evidências dos graves efeitos deixados pela crise da qual o País tenta se livrar”. Jefferson avalia que “o pior já ficou para trás e que o País está caminhando a passo firme para recuperar as perdas”.
Para ele, porém, há um longo caminho ainda a percorrer. “A região deve realizar suas reformas estruturais, alcançar uma maior integração econômica regional, promover diversificação de suas exportações, maior investimento doméstico e estrangeiro e obter uma maior segurança institucional”.
Para Jefferson, a China “continuará desacelerando, mesmo com um crescimento de 6,7% no terceiro trimestre deste ano. Já a América Latina, a despeito do cenário delicado pelo qual passa, deve dar “um giro positivo”. No mundo, a estimativa de crescimento para o próximo ano, Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI) é de 3,4%. Para a América Latina, é de 1,6%.
*O jornalista viajou a convite do Instituto Aço Brasil
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A receita a atender os interesses do setor prevê uma série de medidas a serem tomadas pelos governos nacionais. O diretor geral da Alacero, Rafel Rubio, mencionou: políticas que fomentem a competitividade e a industrialização; definir e aplicar uma estratégia integral frente às importações chinesas; reforçar o combate ao comércio desleal; utilizar políticas aduaneiras eficientes e efetivas que garantam o cumprimento dos padrões de qualidade exigidos; reforçar a cadeia de valor com a indústria manufatureira.
Fonte: O Povo (CE)/Jocélio Leal