A atividade da indústria de São Paulo em março voltou a operar em patamares de produção semelhantes aos registrados em setembro e em outubro de 2003.
No mês, a produção do Estado, maior parque industrial do país, caiu 1,7% na comparação com fevereiro, na série com ajuste sazonal. Com o recuo, também está 26,2% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em março de 2011, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal Regional, divulgada nesta terça-feira (9) pelo IBGE.
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Foi o pior resultado na série com ajuste sazonal desde outubro do ano passado, quando o indicador caiu 2,5%. A queda da indústria paulista foi o principal impacto negativo no número nacional no mês, que apresentou queda de 1,8%.
"Temos uma conjuntura que impede um movimento mais consistente [de recuperação] da indústria", afirma Rodrigo Lobo, analista da coordenação de indústria do IBGE. Entre os fatores econômicos que não ajudam o setor a deslanchar estão o desemprego e a massa salarial deprimida. Além disso, a redução da taxa básica de juros não foi repassada para os tomadores de crédito ou os empresários que querem investir.
"Esses fatores se sobressaem a movimentos da taxa Selic e da inflação", diz Rodrigo Lobo, referindo-se indiretamente ao recuo recente nos juros, e o arrefecimento da inflação, que poderiam ajudar na melhora da produção industrial.
O IBGE revisou o dado referente a fevereiro de São Paulo, de alta de 0,2% para recuo de 0,1%, na comparação com janeiro.
No acumulado de 12 meses, o maior parque industrial do país acumula perda de 2,3%. Em 12 meses até fevereiro, a produção industrial em São Paulo acumulou recuo de 3,5%. Até janeiro deste ano, a retração foi de 4,2% acumulada em 12 meses.
No primeiro trimestre do ano, a produção industrial paulista acumula alta de apenas 0,1% ante o mesmo período do ano passado.
Fonte: Valor