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Setor de cruzeiros destaca necessidade de investimentos para transição energética

O número de viagens e navios de cruzeiros está em crescimento em todo o mundo, informou Marco Ferraz, presidente da Cruise Lines International Association Brasil (Clia Brasil), durante a 11ª edição do evento Um Dia de Cruzeiros no Rio, realizado na última quarta-feira (23) no Rio de Janeiro. Na ocasião, ele também falou sobre a preocupação dos passageiros com a sustentabilidade e a necessidade de armadores, governos e portos se adequarem a essas demandas da transição energética.

“Vamos reduzir o carbono investindo em muita tecnologia, para os navios consumirem menos energia elétrica, e em motores híbridos”, afirmou. Ele alertou que o gás natural liquefeito (GNL), combustível de transição, não está disponível para abastecimento em nenhum porto da América do Sul. “Estamos conversando com Santos, Rio de Janeiro e Salvador sobre a possibilidade de ter fonte de alimentação elétrica. Na Europa, em 2035 nenhum navio vai operar se não tiver energia nos portos”, ressaltou.

Ferraz disse que, em busca de mais sustentabilidade nos cruzeiros pela costa brasileira, representantes do setor estão discutindo com as administrações dos principais portos brasileiros a importância de fornecimento de biodiesel para abastecer as embarcações. “Hoje, há biocombustível de alta qualidade feito a partir de resíduos de óleo de cozinha, de gordura animal de frigorífico e de lodo de esgoto. Sem combustível sustentável, os navios diminuirão a velocidade para emitir menos carbono, e isso terá impacto nos itinerários”, alertou.


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De acordo com a Clia Brasil em 2024, 34,6 milhões de pessoas fizeram viagens de cruzeiro, com crescimento de 9,3% em relação a 2023, ultrapassando 2019 em 6,8%. O Caribe é a região favorita e foi escolhida por 14,98 milhões de pessoas, com crescimento de 17,1% em relação a 2023. A América do Sul recebeu 1,5 milhão de cruzeiristas, 2,8% a menos do que em 2023. A previsão da Clia é de que o número global chegue a 42 milhões em 2028. Na América do Sul, o número foi de 1,17 milhão e o aumento da quantidade de passageiros de 7,8% em relação a 2023.

Ferraz informou que a oferta de vagas na frota global de embarcações de cruzeiro vai chegar a 651 mil leitos este ano, em 310 navios, dos quais 11 novos, com 35 mil camas, entraram ou entrarão em operação em 2025, representando aumento de capacidade de 5%. Até 2036, 58 embarcações, com mais 180 mil leitos, serão entregues e vão aumentar em 27% as ofertas.

Segundo levantamento da Clia, a idade média de pessoas que fazem cruzeiros marítimos é de 46 anos, mas não há uma geração dominante. A maioria faz viagens de sete dias. De modo geral, 82% das pessoas que fazem uma viagem de navio quer repetir, sendo que 25% estão em ao menos dois cruzeiros por ano. Para os 31% de cruzeiristas estreantes, os programas temáticos brasileiros, mais curtos, são uma opção.

Cruzeiros multigeracionais, outro segmento forte no Brasil, atraem 28% dos passageiros. E 60% das pessoas passam uma noite na cidade antes de embarcar, enquanto 54% ficam mais uma noite no final. O estudo mostrou ainda que cada passageiro desse tipo de viagem gera, em média, R$ 668,91 nas cidades de escala e R$ 877,01 nas cidades de embarque e desembarque.

Ferraz anunciou também que a capacidade global dos navios de exploração vai aumentar 150% até 2029, comparado com 2019, e que muitos desses cruzeiros passarão pelo Brasil no verão, a caminho da Antártica, e vão parar em destinos menos usuais para navios maiores, como Morro de São Paulo e Itacaré, na Bahia.






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