Embora o mercado de ações aparentemente tenha apreciado a alta de juros, essa não foi a posição de setores produtivos. O especialista Reginaldo Martins viu na medida “mais estrangulamento do setor industrial”. Levi Ceregato, presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), afirmou que a alta “semeia desconfiança sobre a política econômica”.
O presidente da Federação das Indústrias de São Paulo, Paulo Skaf, lembrou que o investimento nacional deverá cair 7% este ano, e que as empresas do estado já fecharam 38 mil postos de trabalho até agora, faltando dois meses para o fim do ano. José Roriz Coelho, da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) já constatava retração em seu setor, antes da nova alta. A Federação das Indústrias do Rio (Firjan) frisou, de forma quase acaciana que a solução para inflação alta e queda na produção “não passa por juros mais altos”.
Pedro Vartanian, da Universidade Mackenzie, mesmo elogiando a medida, disse: “A elevação é positiva, mas a interrupção do ciclo de alta em maio e a consequente retomada alguns meses depois torna o comportamento futuro da taxa de juros mais imprevisível e ocorre em um período cercado de incertezas em relação ao comportamento dos preços em 2015”. Em resumo, os brasileiros vão pagar um preço elevado por inconsistências do governo.
Fonte: Monitor Mercantil/Sergio Barreto Motta
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