Não são apenas os mercados de bolsa, câmbio e juros que estão sentindo o efeito da eleição de Donald Trump nos EUA. Diante da falta de previsibilidade, operações de fusão e aquisição de empresas também entraram em banho-maria.
É uma parada que banqueiros e gestores de fundos de "private equity" dizem acreditar ser passageira, mas que afetará de alguma forma o fluxo de recursos para o país pelo menos neste fim de ano. "Acho que viveremos mais algumas semanas de 'esperar para ver' e depois as coisas se acomodam", diz o presidente de um banco estrangeiro. Para um outro executivo do mercado, o Brasil permanece muito atrativo, mas a preocupação está associada ao impacto da chegada de Trump ao poder e à capacidade de o país continuar na trajetória de redução da taxa de juros e volta ao crescimento.
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Sem saber o patamar em que a taxa de câmbio vai se estabilizar, os fundos de "private equity" tendem a adiar investimentos. Como prometem retornos em dólar num período de três a sete anos, em média, a moeda tem papel central. "Até que se entenda qual a real agenda do governo Trump, pode, sim, dar uma esfriada no entusiasmo de investir aqui", diz Piero Minardi, responsável pela gestora Warburg Pincus no Brasil.
Neste ano, o volume de fusões e aquisições é de US$ 80,3 bilhões - 31% maior que em igual período de 2015.
Fonte: Valor