A 1ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro homologou o plano de recuperação judicial da Constellation, ex-Queiroz Galvão Óleo e Gás (QGOG). Aprovado em assembleia geral dos credores na sexta-feira da semana passada, o plano prevê o pagamento da dívida em sua totalidade, no valor de US$ 1,8 bilhão. A fornecedora de sondas de perfuração e plataformas de óleo e gás entrou em recuperação judicial em dezembro de 2018.
Na classe de trabalhadores e fornecedores, os pagamentos das dívidas serão feitos em até 90 dias a partir da publicação da homologação. Já na classe de credores, o plano prevê o alongamento do prazo de pagamento dos vencimentos. Os acionistas, os bancos internacionais, o Bradesco e os bondholders concordaram, ainda, em aportar cerca de US$ 100 milhões para dar liquidez à empresa, num momento em que a companhia negocia novos contratos de afretamento de suas sondas de perfuração.
PUBLICIDADE
Os acionistas aportaram US$ 27 milhões na empresa, sem a emissão de novas ações. O sindicato de bancos - que reúne dez instituições - concordou em refinanciar a Constellation com novo empréstimo, no valor de US$ 39,1 milhões, e estender o prazo para o pagamento da dívida atual, que venceu ano passado, para 2023, com amortização do principal a partir de 2021.
Já o Bradesco entrou com novo empréstimo, de mais US$ 10 milhões, manterá as cartas de crédito de garantia ao sindicato dos bancos e concordou em alongar o prazo de vencimento da dívida que terminou em 2018, para 2025. Os detentores dos bônus para 2024 mantiveram a data de vencimento, com carência do principal até 2022, mas assumiram o compromisso de participar com novos recursos no valor de US$ 27 milhões. Já os bônus para 2019 serão trocados por papéis para 2030.
Além dos aportes, o plano de recuperação também prevê a possibilidade de alienação de ativos da companhia. O Valor apurou que, na assembleia da semana passada, o plano foi aprovado pelo Bradesco, pelo sindicato dos bancos e pelos bondholders - com exceção do fundo Pimco.
A Constellation entrou em recuperação judicial após enfrentar algumas dificuldades para recontratar sua frota de sondas cujos contratos com a Petrobras expiraram em 2018. Procurada, a Constellation preferiu não se manifestar.
Fonte: Valor