As operações da laminadora que a Aço Cearense pretende instalar no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), em parceria com a sul-coreana Posco, deverão ter início em 2016. O projeto segue em estudo de viabilidade e, por hora, já está definido que a cearense deverá ser sócia majoritária do empreendimento, que substituirá as atuais importações da empresa.
"A parceria deve sim acontecer, até porque a mesma já está em um estado bem avançado de negociação. Mas ainda não há previsão de fechamento da parceria e o início das operações deve ficar para o ano de 2016", informou ao Diário do Nordeste o vice-presidente do Grupo Aço Cearense, Ian Corrêa.
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Em julho, o grupo havia informado que estava buscando alternativas para a venda, dentro do Ceará, dos aços planos a serem produzidos pela laminadora. Agora, a decisão da Aço Cearense de consumir a produção da nova usina garante a compra de parte significativa do produto, que, na primeira fase do projeto, prevê 700 mil toneladas/ano de bobinas (laminado a quente, laminado a frio e galvanizadas).
Atualmente, as importações do grupo, que cessarão com a entrada em operação da laminadora, totalizam 500 mil toneladas, adquiridas de 33 países. A outra parte da produção do futuro empreendimento será comercializada para outras companhias da região. "É, portanto, um projeto que já nasce viável para as duas empresas parceiras, para a economia do Estado e para o País, contribuindo com uma balança comercial favorável", defende Corrêa.
Estudo de viabilidade
A Aço Cearense e a Posco assinaram, em novembro do ano passado - e após seis meses de conversas -, um Memorando de Entendimentos (MOU), que estabelece a intenção de ambas de desenvolverem o estudo de viabilidade técnica e econômica para a instalação de uma laminadora de aços planos no Cipp. Somente após a conclusão desse estudo é que serão definidas as participações financeiras de cada empresa, mesmo já se sabendo que a Aço Cearense será majoritária.
O empreendimento está orçado, em sua primeira fase, em US$ 800 milhões (quase R$ 2 bilhões, com a cotação do dólar a R$ 2,47). Na segunda fase, prevê-se que o total produzido passe das 700 mil para um milhão de toneladas/ano, do mesmo tipo de bobinas. Ainda não está definido o valor de investimento, nem o prazo de instalação desta segunda etapa.
A laminadora será a segunda a ser instalada no Ceará, após s Siderúrgica Latino Americana (Silat), que já está em produção em sua primeira etapa, localizada em Caucaia. O empreendimento da cearense com a sul-coreana - esta também sócia da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) - irá gerar cerca de 1,5 mil empregos diretos. Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), para este tipo de investimento, cada emprego direto gerado corresponde a 23,5 empregos indiretos.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)\Sérgio de Sousa