SÃO PAULO - O leilão realizado hoje pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o pagamento do Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) para o trigo comercializou metade do volume ofertado. Foram arrematados pouco mais de 105 mil toneladas do cereal dentro das 211 mil toneladas ofertadas, ou 49,8% do total disponibilizado.
Com a operação, a companhia estatal deverá gastar R$ 10,513 milhões para o escoamento de trigo do Paraná, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Santa Catarina para o Norte e o Nordeste. Não houve nenhum lote negociado em São Paulo.
No Rio Grande do Sul, onde os produtores têm encontrado problemas de qualidade nos lotes colhidos por causa do excesso de umidade nos últimos dias, foram comercializadas 70,2 mil toneladas de trigo, entre 100 mil toneladas ofertadas.
A perda de qualidade do cereal gaúcho já levou compradores a devolverem mercadorias recebidas do Estado. Ao menos seis caminhões com 168 toneladas de trigo já foram rejeitadas por compradores por causa do excesso de uma vomitoxina chamada Deoxynivalenol, ou DON, que surge a partir do excesso de fungo.
“Com a chuva, o trigo perde qualidade panificável e acaba sendo destinado para ração. Pelo mesmo efeito da umidade e do calor, os fungos se reproduzem com mais intensidade e isto é determinante para o aumento de DON, que, acima de 2 ppm [partes por milhão], não serve para o consumo humano”, observa Marcelo De Baco, da De Baco Corretora, em Ponta Grossa (RS).
O leilão realizado hoje foi a quinta operação de subvenção à comercialização de trigo que a Conab realiza neste ano para produtores e cooperativas dos Estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Já foram comercializados 563,9 mil toneladas de trigo por meio do Pepro, o que representou 62,9% de todo o volume do produto ofertado até o momento (879 mil toneladas).
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