De São Paulo - Depois de estar envolvido na concorrência dos últimos três aeroportos leiloados pelo governo federal, mas não ter arrematado nenhum empreendimento, o grupo Libra planeja voltar na próxima disputa do setor.
Segundo Marcelo Araújo, presidente da companhia, os aeroportos de Galeão (no Rio de Janeiro) e Confins (em Minas Gerais) são estudados "há mais de um ano" pelo grupo. Os dois projetos irão a leilão de concessão ainda neste ano, de acordo com o cronograma do governo, e vão exigir - somados - R$ 11,4 bilhões em investimentos ao longo da duração dos contratos. Os editais ainda não foram publicados.
Araújo diz que a companhia está em contato com vários parceiros em potencial para a nova disputa. "Estamos conversando com muitas pessoas", disse. Um desses possíveis sócios é a operadora estatal de aeroportos Aena, da Espanha - segundo informou Araújo, ressaltando que ainda não há uma decisão sobre a parceria. No último leilão do setor, a Libra era parceira do consórcio integrado por Aena e pela também espanhola OHL.
O executivo esclarece que, embora a Libra não aparecesse oficialmente como integrante do consórcio, estava acordado que, após o leilão, a empresa se tornaria acionista da sociedade de propósito específico (SPE) a ser formada para a gestão do empreendimento conquistado. Essa porcentagem seria de 33% para a Libra. Aena e OHL também teriam um terço, cada uma.
A participação em aeroportos gera 12% do faturamento da Libra, segundo dados de 2011. A receita bruta foi de R$ 993 milhões naquele período e a principal atividade são os terminais portuários, com 74% do total. Já a divisão de logística respondeu por 14%.
Hoje, há duas participações em aeroportos por parte da Libra: 60% no Aeroporto Internacional de Cabo Frio e 33% no Aeroporto de Angra dos Reis. No primeiro, a companhia vai investir R$ 100 milhões nos próximos três anos.
Entre os destinos dos recursos, estão a construção de um novo terminal de passageiros, a construção do novo pátio de helicópteros e uma nova torre de controle. O objetivo da Libra é que o aeroporto sirva de "hub" logístico à indústria de óleo e gás, pela localização geográfica próxima às plataformas das bacias de Campos e de Santos.
Além de aeroportos, o grupo busca crescimento por meio do setor portuário. As novas concessões do governo federal no setor são acompanhadas de perto pelo grupo, informou o presidente da Libra. (FP)
Fonte:Valor Econômico/
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