A América Latina tem potencial para ser um mercado líder em geração de energia renovável. Líderes influentes do setor participaram do fórum regional "Latin America Energy Week 2021" e destacaram a urgência de encontrar novos modelos de negócios, mercados competitivos e alianças público-privadas para otimizar custos. Os palestrantes pontuaram a necessidade de os governos ajustarem seu arcabouço regulatório e desenvolverem planos de longo prazo que permitam a transição para as energias limpas na América Latina, um mercado que tem potencial para se tornar um polo de energia renovável.
Segundo os especialistas que estavam nos painéis, a América Latina precisa interligar as redes de transmissão entre seus países para fazer uso eficiente das energias renováveis e investir em tecnologias de digitalização para garantir a resiliência e estabilidade dessas redes. Eles também esperam que a transição para as energias renováveis funcione como um motor de reativação econômica e social pós-Covid na região. Uma das mensagens destacadas foi que o planejamento será vital e deve se concentrar em melhorar as metas de eficiência energética na produção e no consumo, reduzindo as emissões de carbono, atendendo à demanda, estabelecendo taxas acessíveis e facilitando o investimento em energias renováveis.
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Os participantes observaram também que a região tem potencial para ser um grande exportador hidrogênio verde, mas precisa adaptar os modelos de financiamento e trabalhar dentro de uma estrutura regulatória adequada. Da mesma forma, a cooperação entre os setores será essencial para alcançar soluções inovadoras que catalisam a transformação energética.
Para Tim Holt, membro do Conselho de Administração da Siemens Energy AG, alguns setores exigem descarbonização iminente e, para isso, é necessário fazer uma transição adequada dos combustíveis fósseis para as energias limpas. “Devemos transformar a indústria de energia na América Latina e no Caribe com a integração de tecnologias que aceleram as mudanças fundamentais nos sistemas elétricos da região, focando os investimentos em pesquisa e desenvolvimento para fornecer energia sustentável a indústrias, governos e populações”, afirmou o executivo.
Outro ponto prioritário foi a necessidade de digitalização da rede e, consequentemente, investimento em segurança cibernética para garantir respostas rápidas aos ataques digitais. Além disso, foi pontuado que os governos devem trabalhar em políticas e incentivos para que as indústrias façam esforços mais significativos para a descarbonização. No que diz respeito aos temas de inovação, os palestrantes concordaram que a inclusão e a diversidade nas empresas e na sociedade são fatores críticos de sucesso para alcançar maior produtividade e um futuro mais sustentável.
Ao longo do evento online, realizado de 22 a 24 de junho, 12.400 pessoas participaram de nove painéis destinados a abordar os grandes desafios que a América Latina enfrenta na jornada rumo à descarbonização. No fórum, 49 líderes se reuniram para discutir os obstáculos da América Latina e moldar o futuro do setor de energia. Foram abordadas questões fundamentais, como a resposta ao enorme crescimento da demanda de energia de forma acessível, confiável e descarbonizada, levando em consideração temas importantes, como o financiamento e o desenvolvimento de uma indústria diversificada e inclusiva.
O evento foi promovido em colaboração com instituições parceiras, como as Câmaras Alemãs de Comércio no Exterior (AHK); IDB Invest (membro do Grupo do Banco Interamericano de Desenvolvimento); a Agência Alemã de Energia (DENA); o Comitê de Negócios Alemães da América Latina (LADW); o Conselho Mundial de Energia da Argentina, Chile, Colômbia e México (WEC), Associação para a América Latina na Alemanha (LAV) e a Siemens Gamesa.