O ex-técnico e campeão do mundo pela Seleção Brasileira de Futebol em 1994, o carioca Carlos Alberto Parreira, está entrando em um mundo novo, longe dos gramados e dos clubes nos quais conquistou fama e renome internacional. Parreira vai valer-se de seus contatos, construídos ao longo de uma carreira de 43 anos no futebol, grande parte dela feita no exterior, para abrir a Next Global, empresa de consultoria na área de comércio exterior que está criando em parceria com outros três sócios, os executivos Michelle Fernandes, Alexandre Santini e William Cavalcante.
"O que vale são os contatos e vou usar a minha capacidade de transitar em várias áreas e de conversar com diferentes pessoas para desenvolver os negócios da Next Global. Vou ser o embaixador da empresa", disse Parreira. A companhia, com sede no Rio, onde vai operar com 20 pessoas na área comercial, tem como foco pesquisar e buscar qualquer mercadoria ou produto ao redor do mundo para pessoas físicas e jurídicas.
Uma das metas da empresa é incorporar à carteira em prazo de um ano e meio cerca de 500 clientes, disse Michelle Fernandes, que acumula o cargo de diretora de logística da Next Global. Segundo ela, com mais de 80 agentes de comércio exterior nomeados como representantes em diferentes países, a empresa consegue encontrar a mercadoria desejada pelo cliente no exterior e entregá-la, no Brasil, nacionalizada, com todos os impostos pagos. "Vamos da busca até a entrega do produto ao cliente", disse Michelle, considerada por Parreira a "guru" do negócio.
Formado em educação física, Parreira, hoje com 69 anos, ocupa o cargo de diretor do conselho de administração da empresa. A Next Global não divulga projeções de faturamento. Em abril, a empresa vai promover, no Rio, um coquetel de lançamento de suas atividades. Na prática, a empresa já vem fazendo algumas operações de importação e exportação pois Michelle já trabalhava na área de comércio exterior e detinha uma carteira de clientes no Brasil e exterior.
Michelle citou como clientes potenciais da Next Global pessoas físicas interessadas em importar bens como helicópteros ou carros de luxo, mas também máquinas industriais e maquinário pesado, entre outros. Mas nem só de importação é feito o negócio da empresa. Uma primeira exportação foi fechada: o embarque a curto prazo de cinco mil toneladas de algodão, armazenadas em cerca de 250 contêineres, para uma fábrica do setor têxtil na Turquia.
Michelle disse que no papel de consultoria a Next Global vale-se de tradings para fazer as operações, em alguns casos sediadas em Estados que contam com benefícios fiscais para as operações de comércio exterior, como o Espírito Santo. "De acordo com a mercadoria, fazemos um estudo da importação e sugerimos ao cliente a utilização ou não do incentivo fiscal", disse a executiva. Ela acrescentou que com um bom planejamento também é possível reduzir custos nas importações mesmo que não se utilize o benefício fiscal.
Fonte: Valor Econômico/Por Francisco Góes | Do Rio
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