A fabricante de motores elétricos WEG registrou avanço de 49% no lucro líquido do quarto trimestre de 2019, em relação ao mesmo período de um ano antes, para R$ 500,5 milhões. A margem alcançou 13,2%, subindo 2,5 pontos percentuais na comparação com igual período de 2018.
O desempenho da companhia foi impulsionado pelo resultado operacional e também pela melhora no resultado financeiro.
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A receita líquida da WEG teve alta de 20,9% do quarto trimestre de 2018 para o de 2019, somando R$ 3,78 bilhões. Se ajustada pela consolidação das aquisições recentes, o crescimento da receita seria de 20,1%. O lucro bruto avançou 24,8% na base anual, para R$ 1,15 bilhão.
A companhia destacou que o mercado externo teve papel importante no resultado, correspondendo a 57% da receita total, impulsionado pela valorização do dólar ante o real, em que a taxa de câmbio média passou de R$ 3,81 no último trimestre de 2018 para R$ 4,12 nos três últimos meses de 2019.
“No mercado local, os negócios da companhia apresentaram um bom desempenho, mesmo em um cenário de crescimento ainda tímido da economia brasileira”, diz a WEG destacando a demanda por equipamentos eletroeletrônicos industriais de ciclo curto e equipamentos de ciclo longo ligados à área de geração, transmissão e distribuição de energia, especialmente por energia solar. No mercado externo o desempenho foi positivo, segundo a companhia, principalmente nos produtos de ciclo longo, com destaque para projetos de óleo e gás e de mineração.
O resultado financeiro passou de negativo em R$ 39,4 milhões no quarto trimestre de 2018 para postivo em R$ 12,9 milhões no último trimestre de 2019.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da WEG cresceu 36%, para R$ 666,4 milhões, enquanto a margem Ebitda de 17,6% foi 1,9 ponto percentual maior do que o mesmo período de um ano antes.
Com o resultado, o retorno sobre o capital investido atingiu 20,2% no quarto trimestre de 2019, elevação de 2,6 pontos percentuais na base anual.
A WEG irá propor o pagamento de R$ 892 milhões em dividendos e juros sobre capital próprio referentes a 2019. Na terça-feira, a companhia já havia anunciado que o conselho de administração aprovou o pagamento de R$ 352 milhões em dividendos complementares, o equivalente a R$ 0,17 por ação. Terão direito aos proventos os acionistas com posição em 21 de fevereiro.
Dívida
A WEG mudou o perfil de seu endividamento em 2019. A fabricante reduziu sua dívida financeira bruta em 39% e conseguiu elevar a fatia de seus financiamentos em longo prazo. Como resultado, o caixa líquido da companhia praticamente dobrou em relação ao do fim de 2018, passando de R$ 691,1 milhões para R$ 1,28 bilhão.
A dívida financeira bruta totalizou R$ 2,31 bilhões, sendo 41% em operações de curto prazo e 59% em operações de longo prazo. Em 2018, a dívida financeira bruta da companhia era de R$ 3,79 bilhões, sendo 54% em operações de curto prazo e 46% de longo prazo.
Outro ponto positivo para a companhia foi o de que ela conseguiu reduzir o custo ponderado médio da dívida denominada em reais, de 7,2% ao ano para 5,41% ao ano. A maior parte da dívida da empresa, porém, ainda é em outras moedas, correspondendo a 91% dos financiamentos no curto prazo e a 92% das operações em longo prazo.
Em 31 de dezembro, as disponibilidades, aplicações financeiras e instrumentos financeiros derivativos totalizavam R$ 3,58 bilhões, aplicados em bancos de primeira linha e majoritariamente em moeda nacional. Ao fim do ano anterior esse montante era de R$ 4,48 bilhões.
Fonte: Valor