A Marinha concluiu mais uma etapa do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) ao ativar nesta sexta-feira (17) a Base de Submarinos da Ilha da Madeira, instalada no Complexo Naval de Itaguaí, na região metropolitana do Rio de Janeiro. De acordo com o comandante da base, o capitão de Mar e Guerra Fernando de Luca, o custo anual de manutenção é de R$ 3 milhões por ano, considerado baixo. O valor, no entanto, deve subir na medida em que os cinco submarinos do programa forem entregues e mais atividades forem incorporadas.
A Marinha não informou o custo de construção e equipagem da base, mas os recursos vieram do orçamento do Prosub, de R$ 37,1 bilhões, dos quais já foram gastos R$ 18,3 bilhões desde 2008.
Na prática, a ativação marca o início do trabalho de 141 marinheiros na base que, no futuro, vai centralizar o comando do complexo industrial e de apoio à operação dos cinco submarinos previstos, um deles de propulsão nuclear.
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No entorno da base, o complexo engloba um estaleiro de construção ativo, dois estaleiros de manutenção — um em fase final de preparação e outro voltado ao submarino nuclear que ainda não saiu do papel, além da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM), um grupamento de fuzileiros navais e um centro de logística.
Com relação aos submarinos de propulsão diesel-elétrica, o cronograma prevê para o fim deste ano uma cerimônia única, com a entrega da unidade Riachuelo — já lançada ao mar — ao setor operativo da Marinha; o lançamento da unidade Toneleiro e união de seções do terceiro da série, o submarino Humaitá. Faltará avançar, portanto, na construção da última unidade de propulsão tradicional e da unidade nuclear, cujo início da construção aguarda a assinatura de contrato.
O Valor apurou que a atual previsão de encerramento do programa, com a entrega do submarino nuclear, é 2034. Diante das políticas de ajuste fiscal, havia preocupação entre membros das três Forças Armadas com os repasses anuais para os chamados investimentos estratégicos, entre os quais figuram os submarinos da Marinha. As verbas, entretanto, não sofreram cortes em 2020 e assim devem permanecer em 2021.
Conforme noticiou o Valor, pelo segundo ano consecutivo e mesmo em cenário de dificuldade fiscal ainda maior devido à pandemia, o presidente Jair Bolsonaro deve excluir esta rubrica do orçamento do Ministério da Defesa da lista de contingenciamentos do ano que vem. Também devem ser protegidas despesas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Comunicações (MCTIC). Os militares, também com forte presença na segunda pasta, são peça chave de sua sustentação política.
Em 2020, os investimentos do Ministério da Defesa foram fixados em R$ 7,1 bilhões, sendo que, até o meio do ano, R$ 3,7 bilhões já haviam sido empenhados. Para a construção em curso dos submarinos convencionais, estavam previstos R$ 726,9 milhões.
Compareceram, hoje, ao evento de ativação da Base de Submarinos da Ilha da Madeira o Comandante da Marinha, o almirante de esquadra Ilques Barbosa, e o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Fonte: Valor