Piracicaba - A Mausa, fornecedora de bens de capital sob encomenda, inaugurou oficialmente seu novo parque fabril de equipamentos industriais ontem, em Piracicaba, cidade do interior de São Paulo. A empresa investiu R$ 65 milhões em 172 mil metros quadrados de área total e R$ 25 milhões em máquinas e centros de usinagem modernos, com o objetivo de aumentar a capacidade de produção em 30% e atingir faturamento de R$ 100 milhões no ano de 2011.
Já com a fábrica em funcionamento desde novembro do ano passado, a companhia registrou aumento de 50% em suas vendas nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro ante o mesmo período do ano passado. O valor das vendas de 2010 chegou a R$ 80 milhões. "A nova unidade representa um avanço em modernização e a possibilidade de entrada em outro setor de negócios", afirmou o presidente da Mausa, Roberto Dedini.
As novas instalações começaram a ser construídas em 2008, no período da crise econômica mundial com a meta de mudar a indústria do centro de Piracicaba para uma área maior. "Avaliamos que era melhor prosseguir com a iniciativa porque acreditamos que a turbulência seria passageira", analisou o gerente comercial da Mausa, Egon Scheiber. "A realocação é uma estratégia que nos possibilita melhorar a logística de manuseio de material, o que possibilitará a expansão da produção, inclusive de máquinas de tamanho maior."
Além de atuar nos setores sucroalcooleiro, farmacêutico, minerador, alimentício, siderúrgico, hidrelétrico, metalúrgico e químico e petroquímico, produzindo equipamentos de separação (filtros e centrífugas) e de elevação (pontes rolantes), a empresa apostou em um segmento inédito: a fabricação de máquinas-ferramenta de grande porte, utilizadas na indústria de manufatura mecânica.
"Temos contratos com a companhia italiana Colgar para a nacionalização de mandrilhadoras e fresadoras, com o intuito de vendê-las para atender os mercados petrolífero, o eólico, o ferroviário, o portuário e a mineração, em países emergentes", explicou o gerente de engenharia, Cláudio Evangelista. O plano da empresa é ser contratada para projetos de indústrias que necessitam de fabricação de máquinas sob medida. A Mausa espera também comercializá-las nos mercados interno e externo.
Hoje, a Mausa possui uma mandrilhadora em funcionamento para uso próprio e tem outra sendo fabricada para uma empresa do setor de metal mecânico. O preço público em média de cada mandrilhadora gira em torno de US$ 1, 2 milhão.
Futuro
A projeção é de que a nova linha torne-se responsável por até 20% do faturamento da companhia em dois anos, conforme for se consolidando. Já a perspectiva de aumento de receita para os outros campos é de 15%. Entre os principais clientes estão a Vale, Petrobras, Votorantim, Bunge, Cargil, LDC e Cosan.
A princípio, a Mausa constatou que precisaria das máquinas dentro da própria planta para fabricar os próprios equipamentos e percebeu uma carência no mercado das mandrilhadoras. Assim, ela decidiu confeccioná-las para a venda. Fora a Mausa, apenas outra empresa nacional distribui os aparatos de grande porte.
Vendas
De acordo com o diretor de Vendas Egon Scheiber, a entrada no novo filão demandou mais espaço físico para armazenar, movimentar e fazer as peças de dimensões desproporcionais para serem comportadas na planta anterior. "Com a produção em larga escala, pudemos baratear os custos. A amplitude da área também possibilita reduzir o prazo de entrega", disse ele.
Segundo o empresário, o reflexo se dá no aumento de competitividade, uma vez que, com o câmbio atual e a globalização, o assédio das importadoras desaquece o mercado interno. Ou seja, "a oferta tem de se equiparar às facilidades e qualidade dos concorrentes estrangeiros".
No contrafluxo da situação atual de exportações, a Mausa estima ampliar as vendas para o exterior em 20% em 2011, principalmente, em decorrência do desenvolvimento de tecnologia para combustíveis renováveis (etanol) na América Latina que necessitam de equipamento sucroalcooleiro.
Fundada em 1948, a companhia iniciou as suas operações fabricando e produzindo equipamentos para a indústria sucroalcooleira.
Atualmente, ela atende pedidos para países na América do Sul e Central, tais como Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela, México e Nigéria.
Fonte:DCI/Caio Luiz
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