Novo valor representa um aumento de 17,6% em relação às vendas externas registradas em 2009
BRASÍLIA - O secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, informou há pouco que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior elevou a meta de exportação em 2010, de US$ 168 bilhões para US$ 180 bilhões. O novo valor representa um aumento de 17,6% em relação às vendas externas registradas em 2009.
Segundo ele, a meta poderia ser um pouco mais ambiciosa, mas o Ministério decidiu ser mais cauteloso para aguardar o desenrolar da crise europeia e os possíveis efeitos na balança comercial brasileira. No mês de maio, não foi registrada redução de exportações para ao bloco europeu. Barral previu que as exportações devem manter um patamar alto nos próximos meses, assim como em maio.
As exportações no mês passado somaram US$ 17,702 bilhões, o melhor resultado em valor desde outubro de 2008, quando haviam somado US$ 18,512 bilhões.
Alta
O secretário afirmou que apenas três produtos foram responsáveis pela maior parte do aumento das exportações no mês de maio: minério de ferro, petróleo em bruto e soja em grão. Segundo ele, esses três itens responderam por 53,4% do aumento das vendas externas no mês passado em relação a maio de 2009 e por 70,2% do crescimento em maio ante abril de 2010.
Segundo ele, a recuperação das exportações ocorrida em maio é positiva porque significou o aumento do superávit da balança, mas preocupa porque está concentrada em apenas três produtos. Para Barral, esse fato é "perigoso" para o País porque são commodities, o que deixa a balança vulnerável à variação dos preços internacionais.
"O problema não é só exportar commodity. Os Estados Unidos são os maiores exportadores de commodities. O problema é termos uma dependência muito grande dos preços internacionais", disse o secretário.
Ele disse que é preciso aumentar a competitividade dos produtos brasileiros, principalmente dos industrializados para enfrentar a concorrência internacional. "Para exportar neste mercado (dos industrializados), temos que ter competitividade. Não tem milagre".
Barral lembrou que o Brasil ainda tem custos embutidos nas exportações, como logística e tributos, além do câmbio desfavorável. Ele disse que o ministério tem trabalhado para implementar medidas como de facilitação de certificação de produtos, mas não consegue fazer no mesmo ritmo dos desafios que surgem como a restrição de demanda em mercados no exterior causada pela crise financeira internacional em 2008/2009.
A balança comercial do petróleo respondeu por quase a metade do superávit comercial da balança brasileira no acumulado de janeiro a maio. Segundo os dados do ministério, o Brasil exportou US$ 6,778 bilhões e importou US$ 4,263 bilhões, o que resulta em um superávit de US$ 2,515 bilhões. O saldo comercial de toda a balança no período foi de US$ 5,617 bilhões.
O secretário revelou também que as exportações de minério de ferro no período de janeiro a maio somaram US$ 7,186 bilhões, 28,3% a mais que no mesmo período de 2009. As vendas externas de soja em grão somaram US$ 5,363 bilhões, 11,6% a mais que o verificado em janeiro a maio do ano passado.
Barral destacou que nos três produtos há um crescimento tanto em quantidade embarcada quanto em preço. No entanto, o aumento do preço foi o que mais contribuiu no crescimento das exportações em maio. As vendas externas de petróleo em maio cresceram 41,5% em quantidade, ante maio de 2009, e 104,7% em preço. As exportações de minério de ferro subiram 52,9% em volume e 78,3% em preço no mesmo período de comparação.
Fonte: Agência Estado/Renata Veríssimo
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