As incertezas geradas pela crise na zona do euro e a expectativa em torno de medidas que poderão ser adotadas pelo governo chinês no combate à inflação interna deverão adicionar mais volatilidade aos mercados de metais e petróleo ao longo de junho. No mês passado, o clima de cautela instalado por conta da situação na Europa e na China dominou as negociações das commodities e prevaleceu o viés de baixa, com perdas em torno de 15% nos contratos de níquel, chumbo, zinco e petróleo Brent.
"Houve muita especulação em torno do pacote europeu e esse assunto ainda não está concluído. A volatilidade deve continuar grande", afirma o analista da Link Investimentos, Leonardo Alves. Em maio, dentre os metais mais negociados na bolsa de Londres - ontem não houve negociação em razão de feriado -, níquel e chumbo foram destaques de queda, com perdas mensais de 16,41% e 16,21%, respectivamente.
Nos cinco meses do ano, contudo, enquanto os contratos de níquel para três meses acumulam ganho de 16,68%, para US$ 21.650 a tonelada, os de chumbo recuam 23,43%, para US$ 1.850 por tonelada. A valorização do primeiro é explicada pela demanda por parte de produtores de aço inoxidável, que utiliza elevadas doses de níquel.
O cobre, que mostrou alta acentuada sobretudo após o terremoto no Chile (um dos maiores produtores mundiais da commodity), no fim de fevereiro, zerou os ganhos acumulados no ano e, em cinco meses, exibe queda de 5,58%, para US$ 6.965 a tonelada em 28 de maio. Apenas no mês, a baixa foi de 5,82%. Conforme Alves, a China é importante mercado para o metal e os investidores estão cautelosos em relação a possíveis medidas de combate a bolhas inflacionárias e de reformulação do yuan. "Mas o país deve continuar crescendo, o que é favorável às cotações", pondera o especialista.
O mercado de petróleo também refletiu as incertezas sobre o rumo da economia europeia e os contratos do tipo Brent para três meses mostraram queda de 14,63% em maio, fechando a US$ 74,65 o barril ontem. Contribuiu para esse movimento a valorização do dólar ante demais moedas, o que habitualmente pressiona as cotações.
Em relatório de sexta-feira, o Standard Bank apontou que a demanda da China por energia segue como fator-chave para as cotações e, portanto, a atividade da indústria no país asiático deve seguir no radar dos investidores. No ano, os contratos do Brent acumulam queda de 4,21% e, no geral, oscilaram entre US$ 70 e US$ 80 o barril.
Fonte: alor Econômico/Stella Fontes, de São Paulo
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